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BAe 146 é pouco usual, mas seguro comparado a aviões mais famosos

A nave é ideal para regiões montanhosas - e tem índices de segurança melhores que os do Boeing 747 e dos Airbus Série 300

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 29 nov 2016, 17h34 - Publicado em 29 nov 2016, 16h23

O avião que levava a equipe da Chapecoense à Colômbia é relativamente raro hoje. Ele faz parte da série BAe 146, fabricada no Reuno Unido. São aviões feitos para voos curtos, com capacidade para até 122 passageiros, e que trazem algo incomum em aeronaves regionais: quatro turbinas. Quanto mais turbinas um avião tem, mais ele tende a gastar combustível. Aeronaves com dois motores são mais eficientes. Mesmo que o par de propulsores despeje mais potência que o quarteto de turbinas, ele será mais econômico. Por isso, praticamente todas as companhias aéreas regionais preferem operar bimotores, como o Embraer E-190.

Essa preferência fez a série BAe 146 sair de linha em 2001 por falta de clientes. Mesmo assim, o avião segue operante, porque é especialmente útil em trajetos difíceis. O torque das quatro turbinas, mais forte que o dos bimotores, torna a BAe 146 ideal para operar em pistas curtas com ar rarefeito – comuns na Bolívia de onde o voo partiu, e na Colômbia, onde aterrissaria.

A aeronave envolvida na tragédia era um Avro RJ85, modelo da segunda geração da série BAe 146, que ganhou novos motores e melhorias eletrônicas e na cabine. Não era um avião novo – já tinha 17 anos de fabricação. Entre as linhas aéreas mais renomadas, a média de idade da frota tende a não passar muito dos 10 anos. Mas nem por isso a aeronave era idosa. A média de idade dos aviões da americana United Airlines é de 14,1 anos. Da portuguesa TAP, 15,4 anos. Em companhias menores, é normal haver aeronaves em uso por mais de 30 anos.

Este modelo de avião também tem uma reputação razoável no que se refere à segurança. Seu índice de acidentes é de 0,41 a cada milhão de voos feitos, segundo a fundação AirSafe, que contabiliza esse tipo de dado. Isso não coloca as marcas da série BAe 146 entre as melhores do planeta (veja abaixo), mas trata-se de um histórico mais positivo que o do clássico Boeing 747, por exemplo, que apresenta 0,66 ocorrências por milhão de viagens.  

A Série 300 da Airbus, que inclui o onipresente A 320, também tem um índice levemente maior de acidentes: 0,47. O avião mais perigoso deste levantamento, aliás, é o Bandeirante, avião a hélice da Embraer, que saiu de linha há tempos, com 3 acidentes por milhão de voos.

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O RJ85, modelo da série BAe 146 que caiu na Colômbia, tem poucos acidentes registrados pela base de dados do site Aviation Safety: aconteceram só três, e a tragédia da Chapecoense foi a primeira a ter vítimas.

As especificidades do avião – seja a idade da máquina, seja o índice de segurança – não esclarecem o que pode ter causado o acidente da Chapecoense. As informações concretas só virão após a investigação da Aeronáutica Civil Colombiana, que deve durar meses.

avioes
(Arte Super/AirSafe Foundation)
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