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Como funciona o sistema de classificação de atletas das Paralimpíadas?

Entenda o que significam as letras e números que classificam os competidores por tipo e grau de deficiência, de modo a tornar as competições justas.

Por Manuela Mourão
Atualizado em 2 set 2024, 12h28 - Publicado em 2 set 2024, 12h01
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  • Nadador Gabriel Araújo em piscina.
     (CPB/Reprodução)

    Se você está acompanhando os Jogos Paralímpicos de Paris, provavelmente está ouvindo as siglas e números mencionados em cada prova.

    Esses códigos têm o papel de identificar os níveis de deficiência dos atletas, de modo a garantir paridade de condições entre os competidores. 

    A Classificação Esportiva Paralímpica (CEP) assegura que todos os concorrentes em uma categoria possuam capacidades funcionais semelhantes em quesitos como movimento, coordenação e equilíbrio, conforme o tipo de deficiência e o grau em que ela afeta o desempenho. 

    Por isso, antes de participar dos Jogos, os atletas passam por uma avaliação rigorosa realizada por peritos de diferentes especialidades, que determinaram a classe esportiva mais adequada para cada um. De forma geral, quanto menor o número, maior a deficiência do atleta.

    Abaixo, entenda resumidamente a CEP em cada esporte:

    Atletas paralímpicos de goalball.
    (Comitê Paralímpico Brasileiro/Reprodução)

    Futebol de cegos, Golbol e Judô

    Esses esportes são disputados por atletas cegos ou com baixa acuidade visual, que podem se enquadrar em uma de três categorias: B1 (acuidade visual muito baixa e/ou nenhuma percepção de luz), B2 (capacidade de perceber sombras) ou B3 (capacidade de definir imagens).

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    A letra B diz respeito à palavra blind, “cego” em inglês.

    Bocha

    A bocha, que não tem um equivalente nas Olimpíadas, é dividida em quatro classes, todas disputadas em cadeira de rodas. Os atletas são pessoas com diferentes limitações no uso das pernas e braços ou problemas para estabilizar o tronco.

    BC1: Atletas com limitações muito severas nos braços, tronco e braços, que tipicamente dependem de uma cadeira de rodas motorizada para se deslocar.

    BC2: Atletas com braços e tronco mais funcionais que os da categoria BC1. Eles frequentemente são capazes de jogar a bola com a mão e os braços em diferentes posições. 

    BC3: Atletas com limitações significativas que não conseguem lançar a bola por conta própria e podem contar com a ajuda de um assistente e de uma rampa para impulsioná-la. 

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    BC4: Atletas sem qualquer tipo de deficiência relacionada ao cérebro, cujas limitações se resumem ao controle e/ou força dos membros. 

    Arqueiros no Hospital Stoke Mandeville

    Tiro com Arco

    Pode ser disputado por atletas com amputações, paraplegia, tetraplegia, paralisia cerebral, doenças progressivas, diferentes condições na coluna e múltiplas deficiências.

    Eles são divididos em duas categorias: W1 e Open. A W1 é para atletas com deficiências graves em três ou quatro membros do corpo, que podem disputar amarrados às cadeiras para mais estabilidade.

    Já a categoria Open é para atletas com deficiências menos graves, que conseguem seguir basicamente as mesma regras que os atletas comuns e normalmente têm dificuldades com apenas um ou dois membros.

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    Atletismo

    O “T” indica que o atleta compete em provas de pista (track em inglês), enquanto “F” refere-se a provas de campo (field), e os números indicam o tipo da deficiência:

    11–13: Deficiência visual;

    20: Deficiência intelectual;

    31–38: Deficiências de coordenação;

    40–47: Baixa estatura, prótese de membro superior ou equivalente, prótese de membro inferior ou equivalente;

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    T51–54: Corridas em cadeira de rodas;

    F51–58: Provas de arremesso sentado;

    61–64: Prótese de membro inferior;

    RR1 a RR3: Deficiência severa de coordenação – competem no Petra.

    Badminton

    O badminton pode ser jogado por atletas na categoria WH1 – pessoas em cadeiras de rodas com deficiências severas nas pernas e no tronco e na WH2, para pessoas em cadeiras de rodas com deficiências leves nas pernas e no tronco (WH vem de wheelchair – “cadeira de rodas”, em inglês).  

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    A modalidade também é disputada por atletas em pé, divididos em:

    SL3: Atletas em pé com deficiências nos membros inferiores e problemas de equilíbrio ao caminhar ou correr;

    SL4: Atletas em pé com deficiências mais leves, exibindo deficiências nos membros inferiores e pequenos; problemas de equilíbrio ao caminhar ou correr.

    SU5: Atletas com deficiências nos membros superiores;

    SH6: Atletas de baixa estatura.

    Canoagem

    “KL” corresponde ao caiaque e à remada com duas pás, enquanto “VL” refere-se a canoagem e à remada com uma única pá. 

    KL1 – VL1: São todos os atletas sem função no tronco (ou com função extremamente limitada) e sem movimento algum nas pernas;

    KL2 – VL2: Atletas com pernas e tronco parcialmente funcionais;

    KL3 – VL3: Atletas com função total no tronco e função parcial nas pernas, capazes de se sentar com o tronco inclinado para frente no caiaque e usar pelo menos uma perna.

    Ciclismo

    O ciclismo é dividido em quatro categorias, caracterizadas pelo tipo de veículo, e cada uma tem sua própria classificação.

    O “convencional” se divide em cinco sub categorias, de C1 a C5, para atletas com próteses ou movimentos limitados nos membros superiores ou inferiores. É disputado em bikes comuns, com modificações pequenas (como algum meio de conectar uma prótese aos pedais, por exemplo).

    A “Handbike” (H) também se divide em cinco, para atletas com lesões na medula espinhal ou que utilizam próteses em um ou ambos os membros inferiores. Elas são pilotadas pelo atleta deitado de costas ou de bruços, pedalando com as mãos, em uma posição muito próxima ao chão. Veja aqui

    “Triciclo” é a terceira categoria e se divide em dois níveis (T1 E T2) para atletas com problemas de locomoção e de equilíbrio (por exemplo, paralisia cerebral ou hemiplegia). Com duas rodas atrás, não é tão difícil se equilibrar em cima do veículo.

    Por fim, há a classificação “Tandem” para atletas cegos ou com deficiências visuais, que competem com um ciclista-guia. As bicicletas têm dois lugares, um atrás do outro. 

    Hipismo

    O hipismo é dividido em:

    G1: Atletas com deficiências graves afetando todos os membros e o tronco;

    G2: Atletas com deficiências graves no tronco e mínima participação dos braços;

    G3: Atletas com deficiências graves nas pernas, com pouca ou nenhuma participação do tronco;

    G4: Atletas com deficiências graves nos braços, deficiências moderadas em todos os quatro membros ou baixa estatura;

    G5: Atletas com deficiências visuais ou cegueira total, pequenas limitações na amplitude de movimento, deficiências leves de força muscular, deficiências em um único membro ou deficiências leves em dois membros.

    Remo

    O remo tem uma categorização particular. O PR1 é reservado para remadores individuais sem função no tronco ou nas pernas. Já o PR2 conta com uma dupla de remadores que só podem usar a parte superior do corpo.

    Por fim, o PR3 é disputado por uma equipe de quatro remadores. Essa categoria é para atletas que podem usar braços, tronco e pernas, com até dois atletas com deficiência visual no barco.

    Natação

    A classificação da natação lembra a do atletismo: 

    De S1 a S10, SB1 a SB9 e SM1 a SM10, os atletas têm algum tipo de deficiência física, e podem competir entre si mesmo com grandes diferenças, pois as classes esportivas são divididas com base no impacto da deficiência na capacidade de nadar, e não na deficiência em si.  

    Já nos casos de S, SB e SM 11 a 13, os atletas são deficientes visuais e em S, SB e SM14 são deficientes intelectuais. 

    Tênis de Mesa

    Existem 11 classes no total (cinco sentadas, seis em pé); TT1 a TT5 são atletas em cadeira de rodas, TT6 a TT10 são atletas em pé, e TT11 é para atletas com deficiência intelectual.

    Taekwondo

    K43: Inclui atletas com duas amputações abaixo do cotovelo ou perda equivalente de função em ambos os membros superiores.

    K44: Inclui atletas com amputação de um braço (ou perda equivalente de função) ou perda de dedos dos pés, afetando a capacidade de levantar o calcanhar adequadamente.

    Triatlo

    PTWC 1 e 2: Atletas com deficiências nos membros inferiores e superiores que usam handbike para o ciclismo (pedalada com as mãos) e cadeira de rodas para a corrida; 

    PTS 2 a 5: Atletas com deficiências nos membros inferiores e/ou superiores, mas que não precisam de handbike para o ciclismo ou cadeira de rodas para a corrida. Nesses casos, dispositivos auxiliares, como próteses nas pernas e bicicletas modificadas, são permitidos.

    PTVI 1 a 3: Atletas com deficiências visuais. 

    Tiro

    SH1: São atletas que podem segurar a arma sem dificuldade e atirar em pé ou sentados;

    SH2: Atletas que não podem segurar o rifle de forma independente e usam um suporte, mas podem mirar sozinhos e controlar a arma ao disparar. 

    Thiago Costa dos Santos Rocha, da Seleção Brasil, em ação durante um treino de vôlei paralímpicos antes dos Jogos Paralímpicos de Verão de Paris 2024
    (Aitor Alcalde / Getty Images/Reprodução)

    Voleibol Sentado

    O voleibol sentado possui duas classes: VS1, em que os jogadores apresentam deficiências físicas em um ou mais membros superiores ou inferiores, e VS2 para atletas com deficiências menos severas. 

    Jogadoras paraolímpicas jogando basquete em cadeira de rodas.
    (Agência Brasil Fotografias / Wikimedia Commons/Reprodução)

    Basquete em Cadeira de Rodas

    Os atletas são classificados de acordo com um sistema de pontos baseado na gravidade de suas deficiências, variando de 1 a 4,5, com 1 representando a deficiência mais grave.

    Nos Jogos Paralímpicos, a soma total dos pontos dos cinco jogadores em quadra não pode exceder 14. Assim, há uma mescla justa de atletas com mais ou menos limitações. 

    Esgrima em Cadeira de Rodas

    Categoria A: Esgrimistas nessa categoria devem ter uma deficiência que afete pelo menos um dos membros inferiores.

    Categoria B: Esgrimistas nessa categoria têm uma deficiência que impede o movimento voluntário do tronco.

    Rúgbi em Cadeira de Rodas

    Assim como no basquete, cada atleta recebe uma pontuação com base em sua habilidade funcional, variando de 0,5 para aqueles com menos função física a 3,5 para aqueles com mais função.

    O valor total em quadra para cada equipe de quatro jogadores não pode exceder 8 pontos (8,5 se houver uma atleta feminina na quadra), pois o jogo pode ser disputado por equipes de gênero misto.

    Tênis em Cadeira de Rodas

    Open: Atletas com deficiências nos membros inferiores.

    Quad: Atletas com deficiências nos membros inferiores e superiores.

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