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Coreia do Norte diz que detonou “bomba-H da Justiça” e chama EUA de “lobos ferozes”

Após o registro de um abalo sísmico no território norte-coreano, ditadura asiática solta um comunicado bizarro na TV estatal afirmando que detonou uma bomba de hidrogênio e se declarando um "país amante da paz".

Por Denis Russo Burgierman
Atualizado em 31 out 2016, 19h01 - Publicado em 6 jan 2016, 11h15

Após um abalo sísmico de magnitude 5,1 ser detectado esta madrugada, com epicentro próximo à área de testes nucleares de Punggye-ri, na Coreia do Norte, a TV estatal norte-coreana transmitiu um bizarro comunicado oficial. No texto, além de afirmar que o tremor foi causado pela detonação de uma bomba de hidrogênio, o governo de Kim Jong Un deu mais uma demonstração de seu peculiar estilo literário. Autoelogiou-se diversas vezes, chamou os EUA de lobos ferozes, tirou onda desse papo-furado de “direitos humanos” e terminou garantindo que, com a nova bomba, o país seria “próspero para sempre”.

 

 

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Estilo a parte, a comunidade internacional se mostrou cética quanto a bomba ser mesmo de hidrogênio. Bombas desse tipo, detonadas por fusão nuclear, são pelo menos 1.000 vezes mais potentes do que bombas atômicas tradicionais, de fissão, como a de Hiroshima. Até onde se sabe, a Coreia do Norte está bem longe de dominar a fusão, uma tecnologia bem mais complexa. Especula-se que a bomba que provavelmente explodiu esta madrugada seja uma bomba híbrida, na qual uma pequena fusão nuclear serve para amplificar a reação em cadeia da fissão. Bombas híbridas são mais destrutivas que bombas de fissão, mas muito menos do que bombas-H.

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Mas, na falta de informações mais confiáveis, restou ao mundo divertir-se com as provocações norte-coreanas. Uma empolgada apresentadora de quimono cor-de-rosa elogiou os “milagres” que o regime do partido único tem realizado e afirmou que eles anteciparão a “vitória definitiva da causa revolucionária”. Disse que o teste nuclear foi realizado com “engenhosa sabedoria” e de “maneira perfeita e segura”. Daí para frente, foram só críticas aos EUA, os “chefões da agressão”, enquanto que a Coreia do Norte seria um “genuíno país amante da paz”. “Nada é mais tolo do que soltar sua arma de caça diante de hordas de lobos ferozes”, afirmou, no trecho que mais repercutiu.

Para além dos floreios, acredita-se que detonações como essa são uma mistura de chantagem internacional com marketing interno. Por um lado, a Coreia do Norte tem acreditado que é útil se mostrar perigosa e imprevisível, como forma de receber agrados da comunidade internacional. Essa estratégia é discutível – o país se mostra cada vez mais isolado, e até mesmo os aliados chineses têm se mostrado cada vez mais distantes e tratado a ditadura de Kim Jong Un com condescendência. Mas é possível que a demonstração de força pegue bem internamente, embora a falta de eleições e de pesquisas confiáveis dificultem que se verifique essa hipótese.

Se confirmada, esta terá sido a quarta detonação nuclear norte-coreana. Das três anteriores, duas coincidiram com a posse do presidente americano (nos dois mandatos de Obama). As outras três detonações foram todas de bombas de fissão. Bombas de hidrogênio não são exatamente tecnologias novas – os EUA testaram sua primeira em 1952. Mas ninguém quer ver um brinquedinho desses nas mãos do gorducho Kim Jong Un.

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