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Em 2040, 60% da carne consumida no mundo não será de origem animal

Ou pelo menos é o que sugere um novo estudo. Só em 2018, quase US$ 1 bilhão foi investido em carnes alternativas.

Por Rafael Battaglia
13 jun 2019, 20h17

Em abril de 2018, a SUPER foi à Nova York experimentar o Impossible Burguer. Você já deve ter ouvido falar dele: produzido pela Impossible Foods, é um hambúrguer de origem vegetal e que imita o sabor e a aparência de carne bovina.

Corta para 2019. Em um ano, o hambúrguer sem carne, antes restrito a pequenas lanchonetes, entrou no cardápio de algumas unidades americanas do Burger King, uma das maiores redes de fast-food do mundo. O disco de proteína vegetal, resultado de nove anos de pesquisa e US$250 milhões de investimento, recheia o “Impossible Whopper”, à venda em quatro cidades dos EUA.

Ele se popularizou rápido. E tudo indica que o céu é o limite: em 2040, 60% da carne consumida no mundo será de origem vegetal ou cultivada em laboratório. Pelo menos, é o que sugere um novo relatório sobre o assunto, divulgado nesta quarta (12).

Elaborado pela consultoria ATKearney, o estudo aponta uma forte tendência para uma mudança na maneira como nos alimentamos: o número de veganos e vegetarianos aumentará cada vez mais, e até os menos engajados darão cada vez mais atenção ao impacto ambiental da agropecuária – e ao bem-estar dos bichinhos.

Os substitutos do boi

O relatório diz que, destes 60% de carne alternativa, 35% será cultivada em laboratório; as opções veganas corresponderão aos 25% restantes. Mas qual a diferença entre as duas opções?

No primeiro caso, células-tronco de um animal adulto (porco, vaca, frango, etc.) são extraídas e enviadas para um laboratório. Lá, elas são cultivadas em um reator biológico até se multiplicarem e se diferenciarem: uma parte vira gordura, a outra músculo e por aí vai. Como o sabor e a textura da carne produzida desta forma são bem parecidos com os do alimento convencional, o relatório sugere que ela será a preferida pelo público.

Já as carnes de origem vegetal, como a do hambúrguer impossível, são criadas a partir de proteínas extraídas de plantas. Com uma pitada de gordura, sabor artificial e engenharia genética, os cientistas conseguem recriar (ao menos em parte) o sabor característico dos animais.

O estudo listou 27 empresas que já trabalham em projetos para desenvolver alimentos do tipo. Ao todo, esse setor recebeu US$ 950 milhões em investimento em 2018 – inclusive de grandes empresas produtoras de carne convencional. A moda já chegou ao Brasil: o Futuro Burger, feito com proteínas de soja, ervilha e grão-de-bico, já pode ser comprado em supermercados mais sofisticados e em algumas lanchonetes.

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Gado demais

Fazer hambúrguer tem um impacto ambiental monstruoso. Segundo a divisão de Alimentação e Agricultura da ONU, 46% de toda a produção agrícola mundial é usada somente para alimentar os 20 bilhões de aves, 1,4 bilhão de bovinos, 1 bilhão de suínos e 1,9 bilhão de ovinos e caprinos que existem no planeta.

O relatório se apoia justamente na ideia de que o consumo de carne vai se tornar mais consciente. O alto de número de cabeças de gado também afeta o meio ambiente. Além do desmatamento provocado para dar espaço à pecuária, esses animais contribuem com 18% das emissões de gases do efeito estufa.

A mudança, apesar de gradual, não deve ser fácil – a indústria da carne movimenta cerca de US$ 1 trilhão por ano. Mas se os hambúrgueres sem carne já estão ganhando espaço nos fast-foods, tudo é possível. Só não vale hambúrguer de siri.

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