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Enchentes na Ásia e África mataram quase 50 vezes mais que furacão Harvey

Já passa de 2.400 o número de mortos nos dois continentes por causa dos altos níveis de água – consequências das chuvas anormais para o período

Por Guilherme Eler
Atualizado em 11 mar 2024, 16h25 - Publicado em 5 set 2017, 11h29

Pelo menos 100 trilhões de litros d’água caíram sobre os EUA nos últimos dias. E o autor do desastre tem nome: Harvey, forte furacão que, após atingir o sul do país, estacionou no Texas como uma tempestade tropical. Por causa das chuvas intensas, milhares de famílias precisaram deixar suas casas e 50 pessoas morreram.

Toda essa ventania passou longe dos continentes asiático e africano. Isso não impediu que milhares de pessoas também vissem o mundo debaixo d’água no mesmo período. É verdade que o regime meteorológico prevê a vinda de mais água entre os meses de junho e setembro nessa parte do globo. Porém, há tempos a chuva não causava tantos estragos.

Na parte asiática, os principais afetados foram Índia, Bangladesh – onde 1.200 pessoas perderam suas vidas e, desde junho, mais de 41 milhões ficaram desabrigados. Os deslizamentos de terra isolaram vilas inteiras, e privaram o abastecimento de água limpa e comida para milhares. Como escolas, casas e hospitais foram destruídos, as ações de ajuda humanitária agora trabalham para minimizar os efeitos da falta de acesso a serviços básicos.

Em Bangladesh, mais de 10 mil hectares de plantações se perderam completamente, varridos pela chuva – e pelo menos 600 mil hectares foram comprometidos de alguma maneira. Estima-se que um terço do país esteja embaixo d’água, e que pelo menos 8,5 milhões de pessoas tenham sofrido com as enchentes. No Nepal, pelo menos 90 mil casas foram destruídas.

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A situação abrangeu uma área ainda maior do oeste da África.  No total, já foram contabilizadas 1.240 mortes – sendo Serra Leoa a nação mais afetada, com pelo menos mil delas. Três anos após ter enfrentado um surto de ebola que levou 4 mil vidas, o país passou a conviver com deslizamentos de terra constantes. Apenas no dia 14 de agosto na capital, Freetown, foram 500 pessoas mortas soterradas. Na cidade, que detém o título de mais chuvosa do continente africano, estima-se que metade das habitações estejam em áreas de favelas – onde a ocupação irregular é intensa.

No estado de Benue, região central da Nigéria, estima-se que 110 mil pessoas tenham ficado desabrigadas por causa das enchentes. É a maior quantidade de chuva desde 2012, quando 30 dos 36 estados nigerianos ficaram debaixo d’água. Na época, 2 milhões de pessoas tiveram de deixar suas casas.

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