Festival de música ultra-vip termina em caos
Era para ser um evento de altíssimo luxo, em uma ilha nas Bahamas, com ingressos de até US$ 250 mil. Mas deu tudo -muito- errado
O evento se chama Fyre Fest, e iria ser realizado na ilha de Exuma, nas Bahamas. Ele foi anunciado em dezembro, com shows de 20 bandas e ingressos entre US$ 1.500 a US$ 250 mil, que incluiriam hospedagem de luxo, passeios em iates e eventos com a presença de 400 supermodelos e influenciadores digitais – que foram contratados para divulgar o evento em suas redes sociais. A ideia era receber de 6.000 a 7.000 pessoas, no festival de música mais luxuoso da história – os organizadores do evento, entre os quais estava o cantor Ja Rule, prometeram sortear US$ 1 milhão em joias, dinheiro e prêmios.
O festival iria durar duas semanas, começando em 28 de abril, sexta passada. Mas assim que os primeiros espectadores começaram a chegar, o caos se instalou. Os chalés onde as pessoas se hospedariam não estavam prontos, e elas tiveram de se abrigar em tendas. Os organizadores haviam prometido alta gastronomia: mas a primeira refeição servida, após várias horas, consistiu em duas fatias de pão com queijo. Só a internet funcionava – e o público a usou para postar fotos e relatos comparando o cenário a um campo de refugiados.
As bagagens dos visitantes foram perdidas, as bandas (das quais a mais conhecida era a Blink-182) cancelaram suas apresentações, e o governo das Bahamas decidiu interditar tudo, pois os organizadores não haviam pago as tarifas alfandegárias dos equipamentos que haviam trazido. Mas o pior ainda estava por vir: os espectadores não conseguiam ir embora da ilha, porque não havia voos para todo mundo, e eles chegaram a ser trancados, sem água nem comida, dentro do aeroporto local (segundo a polícia, para evitar assaltos). As pessoas só receberam água depois que um homem desmaiou.
Os organizadores prometeram devolver todo o dinheiro, mas já receberam dois processos de grupos de espectadores – um dos quais pede indenização de US$ 100 milhões.