Índia condena 3 leões à prisão perpétua; veja por que
Os três felinos capturados viviam em uma reserva natural que está superlotada - e com falta de comida
Um garoto de 14 anos é brutalmente assassinado em uma floresta remota e deserta. A polícia junta alguns suspeitos e, sob as unhas de três deles, encontra vestígios de sangue e restos de cabelo. Não resta dúvida: os três são condenados à prisão perpétua por homicídio. Essa história poderia ser parte de uma série policial, como Criminal Minds ou CSI – não fosse um detalhe: os suspeitos eram todos leões.
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O caso aconteceu na reserva florestal de Gir, em Nova Delhi, o maior refúgio para leões selvagens do mundo. O garoto de 14 anos dormia nos arredores da reserva, onde morava com a mãe, quando foi atacado por três leões – um macho, que matou e devorou o menino, e duas fêmeas, que ficaram com o que sobrou. As autoridades locais capturaram 17 felinos que viviam perto do local do ataque, e analisaram os restos de comida nos dentes e nas garras dos bichos. Em três dos leões, foram encontrados resíduos de carne humana. Agora, o macho será mandado para o zoológico de Junagadh, próximo da região, e as fêmeas ficarão em jaulas, em um centro de resgate de animais selvagens. Os outros 14 leões suspeitos voltarão para a reserva natural.
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Os ataques desse tipo vêm aumentando ao longo do tempo. Nos últimos seis meses, seis pessoas foram mortas pelos felinos nos arredores de Gir – e as autoridades locais dizem não saber exatamente o por quê. Mas uma coisa é certa: a reserva está super lotada. Atualmente, 523 leões vivem por lá, sendo que a capacidade máxima da reserva é de 270 felinos. Por isso, a comida na reserva está ficando escassa – o que obriga os leões a procurarem presas alternativas – como fazendeiros.
Em 2013, a Suprema Corte da Índia ordenou que Gir realocasse alguns de seus leões em outras áreas, mas a reserva se recusou, afirmando que nenhum outro estado indiano estaria tão bem preparado para lidar com os felinos. Então, a tendência é que situações como essa continuem a se repetir até que outras estratégias sejam adotadas.