PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

O cupido tem uma loja em Nova York

Na era do Tinder, ainda tem gente unindo casais com fichas, “feeling” e sem algoritmos

Por Pâmela Carbonari Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
24 mar 2017, 14h21

Se na Itália, o deus romano do amor era chamado de Cupido, tinha jeitos de anjo e andava sempre com um arco para acertar os corações de homens, mulheres e deuses, em Nova York, o cupido pós-moderno usa óculos gigantescos, minivestidos psicodélicos, cabelo laranja e se chama Amy Van Doran.

love_club_site
(Amy Van Doran/Divulgação)

Ao contrário do ser mitológico, Amy não dá flechadas ao acaso. Dona do Modern Love Club, no descolado bairro de East Village, ela e sua equipe de recrutadoras já uniram mais de 7 mil casais em uma década de trabalho e se orgulham de arranjar relacionamentos sem algoritmos, curtidas ou tecnologias de geolocalização.

O clube começou quando Amy percebeu que até seus amigos mais atraentes, descolados e interessantes tinham dificuldades na hora de ter encontros. Então ela iniciou um trabalho de curadoria de parceiros: montou um estante em um parque convidando as pessoas a conversarem com ela e, em seguida, fazia “matches analógicos” entre elas. O método de paquera arranjada de Amy deu tão certo que, em seguida, nasceu o Modern Love Club.

Apesar de rococó, esse modelo de promoção de encontros nada tem a ver com a defasada fórmula dos escritórios de porta fechada e endereços duvidosos onde homens mais velhos e ricos buscavam noivas mais jovens. O excêntrico e artsy clube de Amy subverte essa lógica – metade da clientela é feminina e o restante é masculina. E para quem passa em frente à vitrine colorida do Modern Love Club, é difícil saber se o estabelecimento é uma loja de doces ou uma galeria caleidoscópica de decoração. Nesta sede do amor, nenhum objeto está à venda.

Continua após a publicidade

O foco de Amy é em empoderar pessoas solteiras das mais variadas orientações sexuais e idades a encontrarem parceiros sem julgamentos – desde que elas sejam criativas, divertidas e descoladas. Ou seja, não basta estar solteiro, você tem que ser “legalzão” para ser flechado.

LEIA: Paixão leva um quinto de segundo para acontecer

Match analógico

Pergunte para os seus avós como era se envolver com pessoas, até então, desconhecidas – ou seja, na era pré-tinder, chats online ou por telefone. Provavelmente a resposta será parecida com o método de Amy: conversa, bate papo off-line.

Continua após a publicidade

Para se tornar parte do clube, Amy entrevista o cliente por aproximadamente uma hora sobre suas preferências, história de vida, relações passadas e faz desde perguntas bastante práticas como altura, renda anual e posição política até questões bastante subjetivas como “Como é/foi o relacionamento dos seus pais?”ou “Como foi crescer na sua casa?”. Assim, o cliente entra para mais umas das fichas de pretendentes disponíveis no arquivo(um ficheiro mesmo!)  do Modern Love Club. Amy conta que costuma pensar em seus clientes como personagens e imaginar histórias românticas entre eles. Para manter o negócio afiado, Amy só trabalha com 16 clientes por vez.

Mas nem só de encontrar o amor vive o clube do amor, por isso ela também oferece outros serviços. Há basicamente quatro atividades principais: o tradicional arranjo personalizado de casais, os eventos de encontros, sessões de conselhos sobre relacionamentos (o que você está fazendo certo ou errado nos seus relacionamentos) e sessões de conselhos sobre a paquera (os erros e acertos na hora da conquista).

Só que, além de ser difícil de encontrar, o amor também é salgado. Um contrato de seis meses pode chegar a 20 mil dólares. O preço é o mesmo se você se apaixonar no primeiro ou no centésimo encontro.

Continua após a publicidade

Neste clube não há promessas de amor eterno ou de relacionamentos de sucesso, mas há garantias de autoconhecimento e conexão com outros seres humanos – sem necessidade de Wi-Fi.

LEIA: 3 dicas da ciência para esquecer um amor

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.