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Vostok-2018: a nova “ameaça” profetizada por Daciolo

No último debate (30) com os candidatos à Presidência, o deputado Cabo Daciolo alertou a "nação brasileira" para mais um perigo. Será? Entenda.

Por Rafael Battaglia
Atualizado em 2 out 2018, 17h07 - Publicado em 1 out 2018, 18h31

“Há um perigo iminente acontecendo, uma guerra próxima a estourar”. Quem disse isso não foi Nostradamus, nem nenhum profeta de filme apocalíptico. O autor da frase é o catarinense com sotaque carioca Benevenuto Daciolo Fonseca dos Santos, ou, como a nação brasileira o conhece, Cabo Daciolo. O deputado federal, que disputa a eleição presidencial pelo partido Patriotas, proferiu a tal sentença no debate deste domingo (30), exibido pela Record.

Mas que perigo iminente seria esse? Para Daciolo, ele atende pelo nome de Vostok-2018. “A Rússia e a China fazendo uma articulação de guerra contra os Estados Unidos”, disse o candidato. Segundo ele, O PIB (Produto Interno Bruto) global atingiu um limite e que, sem ter para onde crescer, os países em questão estariam articulando um plano para matar milhões.

“Vai aí agora na internet, podem me chamar de louco, mas deem uma olhada no evento Vostok-2018”, continuou Daciolo já no final do debate, o penúltimo antes do primeiro turno. E as pessoas foram mesmo. Houve um pico nas pesquisas do Google sobre o tema na hora do programa. Teria o Cabo voltado dos montes com um novo alerta?

A nova URSAL 

Daciolo foi também o responsável por popularizar a já clássica teoria da URSAL, um suposto plano para unir todos os países da América Latina em uma única ditadura comunista.

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Ao contrário da utopia socialista, a Vostok-2018 existe de fato. Mas ela se refere, na verdade, a um mega exercício militar realizado pela Rússia entre os dias 11 e 15 de setembro, o maior de sua história. A manobra recebeu esse nome pois, em russo, “vostok” significa leste, região do país onde as ações se concentraram.

Ao todo, mais de 300 mil soldados e 36 mil tanques foram deslocados para o exercício, que serve tanto para preparar a tropa quanto para, simbolicamente, demonstrar força e soberania geopolítica. Todos os três ramos militares russos estiveram envolvidos: Exército, Marinha e Força Aérea.

Pela primeira vez, outros países entraram na “brincadeira”: as Forças Armadas da China e da Mongólia, a convite do presidente da Rússia, Vladmir Putin, também participaram do Vostok-2018. De acordo com o jornal britânico Daily Express, o exercício foi realizado em nove campos de testes e três mares – o Mar do Japão, o Mar de Bering e o Mar de Okhotsk.

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Países envolvidos no Vostok-2018 e a localização dos mares em que alguns dos exercícios aconteceram (Arte/Superinteressante)

Nada de novo sob o front

Apesar do alerta de Daciolo, exercícios como esse são tão recorrentes quanto os memes criados com o político após sua candidatura. Eles começaram nos anos 70, quando a União Soviética (e a Guerra Fria) ainda existiam.

Em 2017, demonstrações desse tipo também chamaram atenção. Uma parceria entre os exércitos da Rússia e da Bielorússia (que fazia parte da União Soviética), que acontece a cada quatro anos, resultou no evento chamado Zapad-2017. A manobra aconteceu perto de fronteiras da União Europeia, da qual os dois países não fazem parte, e gerou tensões diplomáticas.

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Para não deixar o cabo triste, um adendo: a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) está do lado dele. A aliança militar, formada pelos EUA e a Europa ocidental após a Segunda Guerra Mundial, condena tais exercícios. Para a organização, a Rússia, ao fazê-los, reforça a instabilidade global. Só esperamos que o candidato não descubra isso para os próximos debates.

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