Gustavo Brigatto
Aqui vão duas notícias sobre as TVs por assinatura. Primeiro a má: ela não deixará de ser por assinatura. Agora a boa: os preços vão baixar, você terá mais programas e até alguns serviços. O nome que permitirá essa mágica é a “TV sobre protocolo internet” (IPTV). Essa nova tecnologia vai fazer para a TV o que programas como o Skype fizeram para o telefone: diminuir a sua conta ao utilizar a conexão de internet que você já tem para transmitir a programação. Não é como ver o YouTube ou outros sistemas de vídeos individuais por streaming. Estamos falando mesmo de uma nova TV, com muito mais recursos, interatividade e alta definição.
• “Passaremos de uma TV com horários e conteúdos predefinidos a um modelo de serviço que permite personalizar a oferta a cada cliente”, afirma José Manuel Pascual Martin, responsável pela IPTV da Telefônica Espanha, chamada Imagenio. São 70 canais disponíveis para cerca de 600 mil clientes. O sinal chega por meio de uma conexão de internet e um decodificador. É possível parar, adiantar, voltar e até gravar o programa escolhido, acessar a internet, serviços de informação e correio eletrônico por um único aparelho – e pagando tarifas que variam de 44 a 86 euros mensais.
• Você pode argumentar que, com a interatividade da TV digital, prometida pelo governo e emissoras, muitos desses recursos estarão disponíveis. E é verdade. Mas quando a IPTV entrar no ar de fato você escolherá quem vai ser seu fornecedor de TV: ou as emissoras comuns ou uma empresa de telefonia. E elas vão brigar por sua preferência, com preço e qualidade. Antes que você se anime, saiba que isso só vai acontecer daqui a alguns anos. Existe muito a fazer. E a disseminação da IPTV no Brasil esbarra na falta de velocidade da nossa rede. A banda larga brasileira é uma das piores do mundo – segundo estudo da Universidade de Oxford, ficamos em 38º lugar em ranking que mediu a internet de alta velocidade em 42 países. Esperamos que essa novela esteja nos últimos capítulos.
IPTV no Brasil
Em Brasília, a Brasil Telecom colocou no ar, em 2007, o Videon. O serviço é semelhante ao Imagenio, mas com conteúdo mais limitado e sob demanda. Por ora, a IPTV não pode ser ao vivo. Uma regra do setor de telecomunicações impede que as empresas concorram diretamente com emissoras de TV. Para mudar isso, há muita discussão no Senado, e esse assunto deve esquentar a pauta política até o final de 2008.