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Amigos do vírus

A varíola é devastadora: poupa apenas 60% de suas vítimas. Ainda assim, há quem prefira preservá-la em nome da biodiversidade

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h37 - Publicado em 30 nov 2000, 22h00

Gilberto Stam

Não há quem não apóie a luta para tentar salvar da extinção bichinhos graciosos como o mico-leão-dourado e a ararinha-azul. Mas que tal batalhar pela preservação do vírus da varíola? Causa de uma das doenças mais mortais – mata 40% das pessoas infectadas –, a idéia lógica seria varrer essa espécie da face do planeta e não preservá-la. E isso seria possível porque já não há mais organismos contaminados pelo vírus.

Os exemplares que restam estão confinados em dois laboratórios de alta segurança, um em Atlanta, nos Estados Unidos, e outro em Koltsovo, na Rússia. Mesmo assim, tem gente que os defende em nome da biodiversidade. Em maio, eles escaparam por um triz da sentença de morte expedida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que também mandou parar o seqüenciamento do seu genoma. Seria a primeira extinção deliberada de um organismo na história.

“Sou ideologicamente contra”, afirma o imunologista Momtchilo Russo, da Universidade de São Paulo. “O vírus é necessário para o fabrico da vacina e um patrimônio biológico que deve ser estudado porque pode se tornar importante no futuro.” David Heymann, diretor da OMS, é a favor da extinção. “A varíola deve ser eliminada”, diz ele.

No momento, essa é a tendência mais forte. Já há um novo prazo para a execução da sentença, no final de 2002. Até lá, a humanidade e os especialistas, em particular, poderão refletir sobre esse dilema insólito. Vale a pena deletar uma espécie – para não correr o risco de ela escapar do laboratório ou ser roubada por um terrorista?

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A doença mais antiga da humanidade

3000 a.C. – O vírus da varíola passa de cães e vacas para seres humanos.

1157 a.C. – O faraó Ramsés V, primeira vítima conhecida, morre da doença.

Séc. V – Eclode uma epidemia tão devastadora que teria precipitado a queda de Roma.

1500 – A doença se espalha por toda a Europa.

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1492 – O vírus chega à América. Em 400 anos reduz 90% da população nativa.

1967 – Começa a campanha mundial para erradicar a varíola.

1977 – É detectado o último caso na Somália: o do cozinheiro Ali Maow Maalin.

1980 – A Organização Mundial de Saúde declara a doença erradicada.

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2002 – Data prevista para o extermínio do vírus.

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