Boa previsão do tempo exige supercomputador
No Brasil falta de equipamento prejudica precisão e rapidez do serviço meteorológico
Porque a previsão do tempo no Brasil é ruim?
Como ela é feita?
Mal, obrigado. No Brasil há apenas um supercomputador – e ainda em fase experimental – trabalhando exclusivamente com fins meteorológicos. Ele está no Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CEPETEC) do INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais), em Cachoeira Paulista, São Paulo. Os supercomputadores são indispensáveis para o trabalho, porque eles são capazes de elaborar modelos matemáticos e processar rapidamente milhares de informações captadas na terra, no mar e no ar. Os outros demoram muito para cruzar os dados coletados e quando a previsão fica pronta já não é mais previsão. Isso explica porque os especialistas aqui falham tanto. Nos Estados Unidos, eles erram menos porque os computadores são mais potentes – e, assim, os apresentadores da previsão na TV podem ser tão populares quanto os artistas.
No Brasil, existem 400 postos de observação do clima, segundo Icléa Grammelsbacher, pesquisadores do 7º Distrito de Meteorologia, que cobre São Paulo e Mato Grosso do Sul. Os postos recolhem dados sobre temperatura, pressão do ar e grau de nebulosidade. As medições são feitas três vezes ao dia, no mesmo horário, e radares verificam ininterruptamente a quantidade de chuva em todo o país. Os registros aéreos são feitos por balões meteorológicos e por satélites. No mar, navios com instrumentos especiais controlam as condições climáticas. As informações são reunidas em computadores que produzem mapas sobre o surgimento de frentes frias (encontro entre massas de ar quente e frio), áreas de instabilidade, chuva e eventuais ciclones.