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Clínica para viciados. Em videogame

Dependência de joguinhos? Também existe. E só aumenta

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h50 - Publicado em 31 mar 2008, 22h00

Texto Pedro Burgos

Até outro dia, para dizer que um game era bom bastava chamá-lo de viciante. Agora esse adjetivo pode parecer pejorativo: viciados em jogos eletrônicos estão virando uma questão mundial de saúde pública. A Coréia do Sul já convive oficialmente com o problema: o governo estima que 14% dos jovens sejam viciados e está construindo clínicas de reabilitação. (O tratamento incluirá exercícios físicos e tarefas em grupo para “valorizar o contato com outras pessoas e com a natureza”.) Não é um caso isolado: em 2007, centros particulares com tratamento exclusivo para gamers foram inaugurados na Holanda, na Alemanha e nos EUA. Os maiores clientes são os obcecados por RPGs online – estima-se que 40% dos jogadores de World of Warcraft, o mais popular do gêne­ro, podem ser considerados patologicamente viciados.

No Brasil, só faltam as clínicas. Porque doentes nós já temos. Cristiano Nabuco, que atende viciados no Hospi­tal das Clínicas de SP, conta histórias escabrosas. Há o ca­so do homem que passou dois anos sem sair de casa, jo­gando. Ou do adolescente que passava 40 horas ininterruptas no computador. Ele urinava e defecava nas cal­ças.­

A obsessão invadiu até as páginas policiais: ano passado uma quadrilha seqüestrou o melhor jogador brasileiro do game Gunbound. Como resgate, exigiram os pontos que ele acumulou em 3 anos de jogatina. No mercado negro, o crédito virtual valeria R$ 15 mil.

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