Bruno Garattoni e André Gravatá
Você deve muito a Lulea. Foi nessa cidade sueca, a 100 km do círculo Ártico, que surgiram algumas das invenções mais importantes das últimas décadas, como as redes de telefonia 3G e 4G e o celular com GPS embutido. É um polo tecnológico. Mas não é por isso que o Facebook está indo para lá. É por causa do frio mesmo. Lulea vai sediar o novo data center do Facebook – basicamente, um grande galpão onde ficam as dezenas de milhares de computadores que fazem o site funcionar. Só que essas máquinas geram muito calor, fazendo com que os data centers tenham gastos altíssimos com ar-condicionado. Em Lulea, onde a temperatura média durante o ano é de 2,5 graus, esse problema não existe. Basta abrir a janela. “Nós poderemos usar o ar externo para refrigeração”, explica Kumiko Hidaka, gerente de comunicação do Facebook. A obra deve acabar em 2014 e custará US$ 760 milhões. O data center terá 84 mil m2, quase a metade da área do Estádio do Maracanã.
Enquanto o Facebook vai atrás do frio para esfrirar seus computadores, a Microsoft pensa em fazer o contrário: quer concentrar o calor gerado pelos data centers e usá-lo de forma útil, para aquecer casas no inverno. É isso o que propõe um estudo publicado recentemente por pesquisadores da empresa. A ideia é instalar pequenos data centers diretamente em prédios e bairros residenciais. Eles receberiam o calor dos computadores por uma rede de canos, que supriria de 15 a 60% das necessidades de calor (dependendo da região do país). Quem sabe a lareira do futuro seja um tubo ligado a centrais de dados – e o botão “curtir” se transforme em “congelar”.