Faraós salvos pela incubadora
O Museu do Cairo mantém vários faraós egípcios mumificados em uma incubadora.
Antes que os faraós egípcios mumificados virassem pó, o Museu do Cairo resolveu há dezesseis anos retirá-los do mundo dos vivos. Trancafiados numa sala à qual somente alguns cientistas têm acesso, 21 faraós e sete de suas companheiras repousam num ambiente igual ao das pirâmides onde “sobreviveram” por mais de 3000 anos, até serem descobertos no fim do século passado. Os sacerdotes que os sepultaram isolaram os sarcófagos do exterior por um sistema de três portas, com areia entre elas, o que isolava qualquer contaminação vinda de fora.
A princípio, o ar lá dentro tinha 20,9% de oxigênio, 78,1% de nitrogênio e 1% de umidade. Em cinco anos, a quantidade de oxigênio caía para 1,2%, tornando impossível a proliferação de micróbios. No Museu do Cairo, os faraós foram colocados em uma espécie de incubadora, que mantém o ar internamente com 99% de nitrogênio e 1% de oxigênio. Temerosos de que qualquer contaminação os decomponha, os diretores do museu querem distância de visitantes da sala 52. Nos últimos dezesseis anos, somente há poucas semanas foi permitida a entrada de dois jornalistas franceses, que puderam documentar o repouso dos faraós em sarcófagos de alta tecnologia.