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Google manipula buscas na internet, afirma estudo

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h58 - Publicado em 1 jul 2015, 19h30

Por Marina Demartini, de EXAME.com

Se você está procurando por produtos ou serviços oferecidos pelos concorrentes do Google, a chance de você encontrar essas ofertas apenas no final da página de resultados de buscas é grande.

Pelo menos é o que afirma um relatório de 160 páginas divulgado pela Comissão Federal do Comércio dos Estados Unidos. Segundo o estudo, o algoritmo do Google prioriza conteúdo próprio da empresa nos resultados de busca dos usuários em detrimentos dos serviços dos competidores.  

Um dos pesquisadores que contribuiu para o estudo foi o jurista Tim Wu. Em janeiro de 2013, ele escreveu um texto para o site New Republic elogiando o Google. A empresa havia saído ilesa de um processo questionando seu serviço de buscas. Para Wu, ela vencera a disputa por ter obedecido a lei.

Após dois anos desse testemunho, parece que Wu mudou de ideia. “O que é mais surpreendente e chocante é que o Google não está apresentando seu melhor produto”, disse o jurista ao site Re/Code. “Na verdade, ele está apresentando uma versão pior do produto para os consumidores”, finalizou.

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Vale ressaltar que Wu e o coautor da pesquisa Michael Luca, professor da Universidade de Harvard, foram pagos pelo Yelp para realizar o estudo. Os sites mais afetados pela ação do Google são os de comparação de compras, restaurantes e viagens, como o próprio Yelp.

Como descobriram isso?

A pesquisa utilizou um plug-in desenvolvido pelo site de avaliações Yelp, um dos rivais do Google na área de busca de restaurantes e outros estabelecimentos comerciais. O programa recriou a página de buscas do Google sem o OneBox, uma ferramenta que emparelha listas do Google+ e mapas do Google Maps.

O estudo testou essa versão da página de buscas contra a página original do Google com mais de 2.600 pessoas. Segundo, a pesquisa, os participantes clicaram 45% mais na versão com plug-in do Yelp. Para os pesquisadores, o resultado evidencia que a operação realizada pelo Google nega os melhores resultados para os consumidores.

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Apesar de o estudo não divulgar sua metodologia em detalhes, a sua abordagem estatística parece correta. No entanto, o Google pode argumentar que o foco da pesquisa em número de cliques é muito limitado para ter uma métrica correta sobre a preferência do consumidor.

Afinal, os entrevistados podem ter clicado mais no mapa do Yelp, mas isso não significa que eles conseguiram encontrar o que estavam procurando. O documento foi apresentado durante o Antitrust Enforcement Symposium, realizado no fim de semana na Universidade de Oxford, no Reino Unido.

A pesquisa foi revelada em uma época complicada para o Google. A empresa se prepara para lançar sua resposta à investigação da União Europeia, que se baseia em alegações semelhantes sobre o produto comparação de compras do Google. Segundo Wu, o estudo foi enviado à Comissão Europeia. 

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A EXAME.com entrou em contato com a assessoria do Google para saber seu posicionamento sobre o assunto. A declaração na íntegra pode ser lida logo abaixo:

“Isso não é novidade. Nos últimos cinco anos, o Yelp vem fazendo este tipo de argumento para reguladores e requerendo um melhor posicionamento nos resultados da busca. Este último estudo foi baseado em uma metodologia falha, que focou somente em alguns tipos de resultados escolhidos a dedo. No Google, nós estamos focados em entregar os melhores resultados para nossos usuários”.

O vídeo abaixo (em inglês) explica como o Yelp fez o estudo:

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