Esse mês é o melhor do ano para se observar o rei dos planetas com ajuda de pequenos instrumentos. Mesmo um binóculo que aumente apenas 10 vezes e tenha abertura de 5 centímetros pode servir. Uma boa dica é escorá-lo num apoio, fechar um dos olhos e usá-lo como se fosse uma luneta. A primeira coisa que se nota ao olhar para Júpiter são 4 estrelinhas alinhadas com ele: as luas galileanas (descobertas pelo italiano Galileu Galilei). Elas giram em tomo do equador do planeta, como se estivessem sobre um disco: como vemos tudo de perfil, o disco fica reduzido a uma linha, sobre a qual as luas se deslocam, como se dançassem para a direita e para a esquerda em tomo do planeta. A mais próxima é 10. Depois vem Europa, Ganimedes e Calisto. No dia 12, por exemplo, quem começa a observar logo ao anoitecer, vê 10 saindo da parte de trás de Júpiter. Antes da meia-noite, as quatro luas estão do lado leste do planeta, na ordem: 10, Europa, Calisto e Ganimedes. Na noite seguinte, Calisto e Ganimedes estão ainda no leste, enquanto 10 e Europa já terá passado para oeste. Na noite de 17, elas estão todas no lado oeste, na mesma ordem de suas distâncias a Júpiter. No início da noite de 18, Ganimedes sai da parte de trás de Júpiter, Europa mergulha numa ocultação e, pela meianoite, 10 entra em trânsito, passando em frente ao disco do planeta. Outra noite movimentada é a de 25, com eclipses de Europa e Ganimedes. Um aspecto marcante do planeta éseu achatameto polar, ou seja, na direção perpendicular à linha das luas. Também não é difícil ver os dois cinturões escuros junto ao equador. As zonas esbranquiçadas são cirros na alta atmosfera e as escuras nuvens mais profundas, com água. Uma boa luneta e céu limpo, permitem ver, perto do equador, a grande mancha vermelha, um furacão três vezes maior que a Terra, descoberto há 300 anos.
Vênus em máximo brilho
Acabando de passar entre a Terra e o Sol, Vênus deixa o entardecer para dominar as madrugadas de outono e inverno com a forma de pequena lua minguante. Embora exiba apenas uma minúscula faixa iluminada, no bordo leste, seu brilho está no máximo, com magnitude -4,5.
Marte num ninho de abelhas
No dia 12, Marte está no coração de Câncer, passando pelo aglomerado aberto M 44, um dos mais belos objetos de seu tipo. Também conhecido como “enxame de abelhas”, é fácil vê-lo com binóculo, pois têm diâmetro aparente de 1,5 graus (três diâmetros da Lua) e suas 50 estrelas mais fracas têm magnitude 6,3. A conjunção com Marte o torna belíssimo alvo para a astrofotografia. Use teleobjetiva e filme para slides de alta sensibilidade. Faça várias exposições em torno de 1 minuto. Para guiar o movimento durante a exposição, aponte a luneta para Marte e use sua lente ocular de maior aumento.
Eta Aquarídeos caem sobre o Terra
Na noite do dia 5, a Terra corta o centro do enxame de meteoros Eta Aquarídeos. Espera-se que as “estrelas” caiam à taxa de uma por minuto, mas, como a lua cheia ofusca as de menor brilho, só as mais destacadas aparecem. Atenção para os nomes que um fragmento de origem espacial recebe ao cair na Terra: meteoróide, quando está no espaço; meteoro, quando está em combustão na atmosfera; e meteorito, quando é coletado no chão.
Planetas
Mercúrio: invisível durante este mês, cruza o céu durante o dia;
Vênus: visível nas 3 últimas horas da madrugada (magn. -4,5);
Marte: procurar em Câncer até a metade da noite (magn. +1,2);
Júpiter: em Virgem até às 3hs da madrugada (magn. -2,4);
Saturno: visível em Aquário no final da noite (magn. +0,9);
Plutão: não são visíveis a olho nu.
Planetas visíveis no início da noite, estão a oeste; aqueles visíveis no fim da noite, estão a leste.