Inteligência artificial treina 180 anos por dia e supera humanos em Dota 2
O laboratório de Elon Musk criou um campo de treinamento para uma IA jogar Dota 2 em velocidade acelerada e aprender a vencer qualquer jogador
Além de tentar levar humanos até Marte, projetar um trem de altíssima velocidade e ocasionalmente vender lança-chamas, Elon Musk também é cofundador de um laboratório de pesquisa voltado para inteligência artificial (IA), o OpenAI. Recentemente, a equipe anunciou uma conquista inédita: conseguiram treinar uma inteligência artificial capaz de vencer humanos no game Dota 2.
Dota 2 é um jogo online que exige estratégias complexas e um pouco de malandragem. Em agosto de 2017, foi o primeiro game a aceitar os bots de inteligência artificial do laboratório de Musk entre os seus jogadores. Os bots são dotados do aprendizado de máquina, ou seja, descobrem como alcançar os seus objetivos por meio de tentativa e erro.
No começo, apenas vagavam aleatoriamente pelo mapa e faziam coisas sem sentido, mas logo foram entendendo que matar um inimigo gerava uma recompensa, por exemplo. E assim ficaram, durante muito tempo, tentando, acertando, errando e aprendendo. Muito tempo mesmo: todos os dias, os bots jogavam o equivalente a 180 anos – isso é possível acelerando o tempo de jogo para a máquina, que não precisa enxergar e ouvir como os humanos, apenas processar os dados e executar os comandos quase instantaneamente.
Greg Brockman, cofundador do laboratório e responsável por coordenar o projeto, declarou ao The Verge que um humano precisa de 12 mil a 20 mil horas de jogo para jogar Dota 2 em alto nível. Isso significa que os bots acumulam a experiência de 100 jogadores excelentes diariamente. O próximo passo é participar de uma competição com gamers profissionais que acontece todo ano. E vencer, é claro.
É importante dizer que Musk e companhia não estão gastando rios de dinheiro apenas para criar um estraga-prazeres na festa dos gamers humanos. A ideia é que a IA use essa capacidade de aprendizado para resolver desafios complexos do mundo real que, de alguma forma, se assemelham a videogames. Por exemplo, gerir a infraestrutura de transporte de uma cidade.