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Japão planeja construir o supercomputador mais potente do mundo por R$ 4 bilhões

Ele seria o primeira da classe zeta, mil vezes mais potente que o atual campeão da informática, o norte-americano Frontier. Entenda.

Por Eduardo Lima
11 set 2024, 10h00

Nesta semana, o governo do Japão disse que pretende construir o primeiro supercomputador da classe zeta, começando a obra no ano que vem e terminando até 2030. O anúncio foi dado pelo Ministério de Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia do país (uau, quanta coisa junto).

O que significa um computador ser da classe zeta? É uma máquina bem diferente das que você está acostumado a usar no dia a dia. Um supercomputador com a velocidade que o Japão pretende alcançar pode fazer um sextilhão (um seguido de 21 zeros) de operações matemáticas por segundo. 

O máximo que um supercomputador atual consegue fazer é um quintilhão (18 zeros) de cálculos por segundo. Um computador de desktop bom, para ter uma comparação mais palpável, consegue fazer cem bilhões de cálculos por segundo, um número com 11 zeros depois do 1.

Ou seja, o supercomputador japonês seria mil vezes mais potente do que as máquinas mais rápidas do mundo hoje, que são usadas para pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Isso tem um custo de investimento científico alto: US$ 750 milhões, mais de R$ 4 bilhões.

Não é a primeira vez que os japoneses vão pagar tão caro no desenvolvimento de uma máquina dessas. O Fugaku, que foi o supercomputador mais rápido do mundo entre junho de 2020 e junho de 2022 (hoje em dia é o quarto), custou cerca de US$ 1 bilhão. O Frontier, aparelho americano que hoje ocupa o topo da lista de rapidinhos, custou US$ 600 milhões.

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Um dos principais objetivos do projeto, como reportou o site LiveScience, é ajudar o Japão a se manter a par do desenvolvimento global de programas e pesquisas científicas usando inteligência artificial. Se você estiver com o japonês em dia, dá para ler o plano em detalhes aqui.

110v ou 220v?

O novo supercomputador do Japão por enquanto está sendo chamado de Fugaku Next, em referência ao seu antepassado eletrônico. Ele vai ser construído pelas empresas RIKEN e Fujitsu, que também estavam envolvidas no projeto do Fugaku original.

Talvez o maior desafio que os engenheiros japoneses vão enfrentar será o de como encontrar a energia para alimentar um computador dessa potência. Uma previsão de 2023 mostra que um classe zeta construído com as tecnologias atuais consumiria 21 gigawatts para funcionar. É o equivalente à energia gerada por 21 usinas nucleares convencionais.

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O computador provavelmente vai ser a primeira máquina a alcançar o status de classe zeta, mas ainda tem muito chão pela frente para desenvolver a tecnologia que vai tornar isso possível. Para isso, o ministério japonês deve liberar a verba de investimento a conta-gotas: US$ 29 milhões começando em 2025, podendo chegar até US$ 761 milhões no decorrer dos próximos cinco anos.

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