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Lugar de criança é na internet

O mundo (digital) está mudando tão rapidamente que a única certeza é que vai mudar ainda mais. No meio do caos, onde ficam as crianças mesmo?

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h47 - Publicado em 25 ago 2009, 22h00

Silvio Meira

Douglas Adams, genial autor do Guia do Mochileiro das Galáxias, criou um provérbio sobre mudanças cuja tradução livre é assim: “Tudo o que já existia no mundo antes de nascermos é absolutamente normal; tudo o que surge enquanto somos jovens é uma oportunidade e, com sorte, pode até ser uma carreira a seguir; mas o que aparece depois dos 30 é anormal, o fim do mundo como conhecemos… até que tenha estado aí por uma década, quando começa a parecer normal”.
Pois é. Com exceções que justificam a regra, somos conservadores. Só que o mundo muda o tempo todo e, desde sempre, cada vez mais rápido. Pense na internet. Parecia, no começo, máquinas a serviço da ciência e dos negócios, onde nós, usuários, fazíamos coisas sérias, como transações bancárias. Mas era muito mais. A rede tornou possível o relacionamento direto entre pessoas, com o lado de cá (nós) participando da construção dos instrumentos que usamos para, principalmente, interagir com outros humanos.
E há quem nasceu “na” internet. Pesquisa da Nielsen diz que as crianças (2 a 11 anos de idade) estão na rede em peso. Enquanto o número total de usuários cresceu 10% entre 2004 e 2009, o de crianças subiu 19%. E o número de horas na rede, entre a garotada, cresceu 63% no período, de 7 horas por mês em 2004 para mais de 11 horas em 2009, contra um aumento do número de horas online, como um todo, de 36%.
E isso quer dizer o quê? Primeiro, que as crianças estão usando a “rede” como parte essencial de suas redes, como extensão da escola, conexão com familiares distantes, diversão, e por aí vai. Segundo, quem nasce em rede vive em rede; é como aprender a ler: tirante raros casos, ninguém desaprende. No futuro, todo mundo estará em rede, em todo lugar, o tempo todo, para todas as coisas. Menos uma ou duas. Que justificarão a regra.
Isso também quer dizer que pessoas “do séc. 19”, que passaram quase incólumes pelo séc. 20, vão achar que crianças na rede, no séc. 21, esse tempo todo (menos de uma hora por dia) é um absurdo. Capaz de haver uma correlação com quem achava que mulheres não deveriam votar, que voto, de resto, era só pra quem tinha posses e, por sinal, pra que ler e escrever, coisa de literatos e desocupados?
O futuro das crianças – e dos adultos – é estar online, 24 horas por dia. Daqui para frente, se você existe, existe na rede, em tempo real e o tempo todo. Se você sabe de alguém que não está, torne-se um missionário: traga essa alma perdida para nosso convívio, na rede. Antes que seja tarde. Demais.
O futuro vem das crianças, das múltiplas formas como elas estão construindo, em rede, suas relações. E nós podemos – ainda – fazer parte dele. Pois a rede, pra todo mundo, começa parecer normal..

*Silvio Meira é cientista-chefe do C.E.S.A.R, no Recife, instituto de inovação e incubação de empresas eleito o mais inovador do país. Silvio é um dos palestrante do TEDxSP, evento para disseminar boas ideias. A Super apóia o TEDxSP. Saiba mais em www.tedxsaopaulo.com.br

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