Mistério no céu
Veja o inexplicado fenômeno da estrela V838 Monocerotis, que chegou a ser a mais brilhante da Via Láctea.
Denis Russo Burgierman
Se nossa vã filosofia patina para entender o que existe entre o céu e a terra, o mundo acima é ainda mais misterioso. Veja por exemplo o fenômeno que apareceu no céu no ano passado. Uma estrela discreta chamada V838 Monocerotis (V838 Mon para os íntimos) de repente começou a brilhar mais que nunca. Em meses, ela passou a emitir 600 mil vezes mais luz que nosso aconchegante Sol e tornou-se nada mais nada menos que a estrela mais brilhante da Via Láctea. Foi tanta luz que ela ficou visível daqui da terrinha com um simples binóculo, embora esteja a incríveis 19,5 mil anos-luz. Cientista nenhum soube explicar de onde vinha tanto brilho. E, assim como veio, foi. A V838 Mon foi se apagando e hoje só com um telescópio muito potente e olhos bons dá para encontrá-la. Em fevereiro de 2003, os pesquisadores da Universidade do Arizona jogaram a toalha.
Depois de fazer muitos cálculos, eles concluíram que o fenômeno não pode ser explicado por nenhum dos modelos que eles conseguiram conceber. Pelo jeito, houve uma grande explosão, mas ela não obedece ao comportamento previsto pelas teorias da astrofísica. “Não conseguimos fazer uma estrela se comportar daquele jeito no computador”, afirma o físico teórico que conduziu a pesquisa, que atende pelo improvável nome de Sumner Starrfield – em português, Sumner “Campo de Estrelas”.