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Música sem fronteiras

A revolução digital deverá transformar radicalmente o jeito de fazer, comercializar e consumir música nos próximos anos

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h46 - Publicado em 28 fev 2005, 22h00

Alexandre Petillo

A música produziu líderes e revolucionários em cada época. Gente que, de alguma forma, modificou o estabelecido, criou novas tendências, transformou comportamentos. Nomes como Frank Sinatra, Elvis Presley, John Lennon, Johnny Rotten, Kurt Cobain, Shawn Fanning… Shawn, quem? Fanning. Acredite. Ele foi o último revolucionário da indústria musical.

No final dos anos 90, Fanning criou um programa perturbador chamado Napster, capaz de fazer arquivos musicais circularem livremente pela internet. Um usuário no Alabama podia pegar de um outro em Campinas o novo disco do U2. Virou febre. Os artistas ficaram confusos. A indústria pirou. Com um ano de funcionamento, o Napster já tinha 50 milhões de usuários cadastrados.

A alegria de Fanning – e dos fãs de música – acabou em 2001, quando a Justiça americana mandou fechar o Napster sob a alegação de violar direitos autorais. Mas a semente já estava plantada. Milhares de programas semelhantes (Soulseek, Kazaa, por exemplo) pipocaram em seguida e a troca de música pela internet virou uma realidade. A cada mês, de acordo com a Recording Industry Association of America (Riaa), são baixadas – de forma ilegal – 2,6 bilhões de músicas pela internet.

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O que a indústria não esperava era que o mundo se tornaria digital e móvel. Com isso, o MP3, o mesmo arquivo capaz de fazer a música circular sem dono, pode virar a salvação nos próximos anos, quando a música estará disponível onde e quando bem entendermos. Livre. Tão livre que não poderá ser aprisionada em qualquer formato ou num CD. Na era digital, quem largou na frente foi a Apple. A empresa de Steve Jobs criou o iPod, um tocador portátil capaz de armazenar milhares de músicas e que pode ser conectado ao computador, ao aparelho de som, ao carro ou simplesmente a um fone no ouvido. Com o iPod, a Apple criou o iTunes, o primeiro grande programa legal para download de arquivos musicais. Você escolhe a canção, paga (menos de 1 dólar), baixa o arquivo e recebe a conta no cartão de crédito. Por enquanto, o iPod reina absoluto no mercado. Desde seu lançamento, em outubro de 2001, já vendeu mais de 4 milhões de aparelhos em todo o mundo. Já o iTunes, em seu primeiro ano de existência, vendeu 70 milhões de músicas.

O iPod – e todos os portáteis semelhantes – é o símbolo da geração wireless, do mundo digital sem fronteiras e totalmente móvel. Com a chegada de novos players no mercado, especialistas apontam que esses aparelhos estarão, no máximo em dois anos, bem em conta para quem quiser entrar no mundo da música digital. Atualmente, o preço é bem salgado. Um iPod Mini, capaz de armazenar o conteúdo de cerca de 60 CDs, é vendido no Brasil por quase 2 000 reais.

As facilidades da música digital abriram caminho para o surgimento de novos artistas, músicos capazes de criar suas composições em um computador caseiro, produzir e mixar as gravações com programas e distribuir por meio da internet. Tudo a um custo reduzido, sem precisar de estúdios ou gravadoras.

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De cabelos em pé

Toda essa liberdade, no entanto, promete deixar os donos de gravadoras e de lojas “reais” de discos com os cabelos em pé. De 2003 para 2004, as vendas de CDs caíram 7,6%. Foi a terceira queda consecutiva, que a cada ano se mostra mais acentuada. Enquanto isso, o mercado de discos piratas cresceu 35%, estabelecendo a marca de um pirata para cada três CDs vendidos no mundo. A médio prazo, prevêem alguns especialistas, as cinco principais gravadoras (BMG, Sony, Warner, EMI e Universal) do planeta poderão ser engolidas pelo avanço da Apple e da Microsoft.

Nos Estados Unidos, as gravadoras apostam na plataforma Snocap como sua grande salvação nos próximos anos. Com ela, as empresas podem registrar músicas e informações de direitos autorais num banco de dados. Depois, gravadoras e artistas podem administrar a distribuição do conteúdo por meio do sistema digital. A Snocap oferecerá aos consumidores opções autorizadas semelhantes às encontradas nos serviços de troca de arquivos. Os consumidores, por sua vez, poderão ter um serviço de melhor qualidade, evitando o risco de vírus, arquivos nocivos ou publicidade indesejada. Junto com a Snocap vai trabalhar a MashBoxx, um novo serviço de troca de arquivos que deve ser lançado já em 2005.

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Um detalhe curioso: sabe quem é o criador da Snocap? Um tal de Shawn Fanning. O algoz pode virar o salvador.

Tendências

• MOBILIDADE

Cada vez mais, a música digital estará disponível para você consumir quando e onde bem entender.

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• TOCADORES

Com o lançamento de outros tocadores portáteis para concorrer com o iPod, esses aparelhos estarão disponíveis, no máximo em dois anos, a preços bem mais acessíveis do que hoje.

• COMPOSITORES

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A tecnologia digital abre caminho para o surgimento de novos artistas independentes, que podem criar suas músicas em um computador caseiro, produzir e mixar as gravações com programas e distribuí-las pela internet.

• GRAVADORAS

Para sobreviverem, as grandes gravadoras deverão adotar novos sistemas de distribuição de conteúdo.

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