O inevitável som dos papéis
Você certamente já passou pelo constrangimento de tentar desembrulhar devagarinho um bombom durante uma sessão de cinema
Você certamente já passou pelo constrangimento de tentar desembrulhar devagarinho um bombom durante uma sessão de cinema, achando que não vai fazer barulho, e criar quase um escândalo. Segundo os físicos é bom desistir de vez. Você sempre incomodará o espectador da cadeira ao lado. É que o som indiscreto produzido pelo plástico que embrulha o doce simplesmente não é contínuo. Ele se compõe de uma série de cliques descontínuos e isolados, cujo comportamento é imprevisível. “Os vincos e sulcos de cada dobra da folha amarrotada armazenam energia sonora como se fossem molas acústicas comprimidas”, explica o físico Eric Kramer, do Simon’s Rock College of Bard, em Massachusetts, Estados Unidos. Quando o plástico se desdobra, essas molas se soltam, acionando várias outras. Quanto mais vincos, mais barulho. E, para piorar, um papel de bombom nunca se desdobra duas vezes do mesmo jeito. “Tentar conter os cliques ao abrir o bombom é o mesmo que tentar arrebentar um bolha de sabão devagar”, compara Kramer. Melhor assumir o incômodo.