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O que é dogecoin, criptomoeda que subiu de preço depois da eleição de Trump

O bilionário Elon Musk trabalhou na campanha presidencial e tem aproveitado o holofote político para valorizar sua moeda-meme favorita.

Por Eduardo Lima
28 nov 2024, 12h06

Ela começou como uma piada, mas agora é uma das principais criptomoedas do mercado. A dogecoin, lançada jocosamente em dezembro de 2013 por Billy Markus e Jackson Palmer, estava mal das pernas nos últimos três anos (bem como tantas outras criptos).

Porém, essa moeda digital subiu repentinamente 250% desde a eleição de Donald Trump, o presidente eleito dos Estados Unidos, que assumirá um repeteco no cargo em 2025.

A ascensão começou em outubro. No começo do mês, uma dogecoin valia 60 centavos de real. No dia 30, a moeda-meme já valia R$ 1. Então, no dia 12 de novembro, seis dias depois da vitória de Trump ser anunciada, a dogecoin chegou a R$ 2,25, e depois atingiu um pico de R$ 2,64 no dia 23.

Ela foi inspirada em um meme de 2013, o doge, que sempre exibe um cachorro fofinho da raça japonesa Shiba Inu. A ideia inicial era zoar com as outras criptomoedas. Palmer, em entrevista ao podcast Epicenter, disse que o objetivo era fazer a coisa mais ridícula possível criar uma moeda indesejável.

Mas o que a ascensão da moeda-meme tem a ver com a segunda vitória de Trump nas eleições norte-americanas?

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O Poderoso Dogão

O mercado de criptomoedas como um todo se saiu bem com a eleição de Trump. Já na campanha, o republicano começou a cortejar e se aproximar de alguns defensores das criptomoedas. Um deles foi uma das principais vozes da campanha presidencial: o empresário bilionário Elon Musk.

Musk, que já chamou a si mesmo de “The Dogefather” (trocadilho com o título em inglês do filme O Poderoso Chefão), entrou na campanha usando o algoritmo de sua rede social, o X (que um dia já foi o Twitter), para impulsionar Trump, participando de comícios e doando US$ 1 milhão por dia para atrair eleitores para o partido Republicano.

A ligação de Musk com a dogecoin já era antiga. Ele impulsionava a cotação da criptomoeda com posts no Twitter, e funcionava. Quando ele foi o apresentador do Saturday Night Live, programa de comédia tradicional da TV dos Estados Unidos, Musk interpretou um analista financeiro e chamou a dogecoin de fraude.

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A piada teve tanta força quanto seus posts, e o preço da moeda entrou em queda. Ele até foi processado por manipulação de mercado, mas o caso foi arquivado.

O pesquisador Maximilian Brichta, da Universidade do Sul da Califórnia, explicou em artigo no site The Conversation que essas moedas-meme são iniciativas coletivas para ganhar dinheiro manipulando o mercado. Os investidores compram quando está barato e começam a falar sobre elas e compartilhar as moedas, como um meme, até o preço aumentar.

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Quando um dos investidores é o homem mais rico do mundo, o discurso de valorização da moeda-meme começa a chamar mais atenção. Isso aconteceu, especialmente, quando Musk foi nomeado por Trump para assumir o Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos ano que vem. Em inglês, a sigla desse setor do governo é DOGE, que nem a criptomoeda.

A ideia para o departamento, que promete reduzir os gastos dos Estados Unidos em US$ 2 trilhões, veio de Musk. Depois do anúncio do novo setor do governo que homenageia a dogecoin, os preços subiram vertiginosamente. Agora, Musk está usando sua proximidade com Trump para aumentar o preço da criptomoeda, e está conseguindo. A dogecoin tem, atualmente, um valor de mercado de US$ 58 bilhões.

O interesse pessoal de Musk na valorização da dogecoin não é o único conflito de interesses nessa história toda. Tanto a Tesla quanto a SpaceX, empresas das quais Musk é CEO, têm contratos milionários com o governo dos Estados Unidos, do qual o empresário agora faz parte.

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