O astrônomo Alan Dressler, do Observatório Carnegie, na Califórnia, quer usar, numa pesquisa surpreendente, a foto do telescópio espacial Hubble que espantou o mundo, há cerca de um mês. Nela aparecem galáxias que estão a 12 bilhões de anos-luz. Isso significa que sua luz começou a jornada para a Terra quando o Cosmo tinha somente 1 bilhão de anos. “Com essa imagem, vamos tentar entender o surgimento da vida no Universo”, disse Dressler à SUPER. Basta ver que, nos primeiros milhares de anos depois do Big Bang, não havia estrelas e só existiam dois tipos de átomos, o hidrogênio e o hélio. Um bilhão de anos mais tarde, o hidrogênio e o hélio se amontoaram para formar estrelas e galáxias. Então, começou o período mais interessante, durante o qual as estrelas passam a fabricar todos os outros elementos químicos. E estes, nos milênios seguintes, deram 0rigem aos planetas e a seus habitantes. “Não sabemos quanto tempo esse último processo demorou”, explica Dressler, “mas poderemos descobrir nas próximas décadas.” Para isso, será preciso combinar duas áreas de pesquisa: a dos planetas encontrados nas estrelas vizinhas e a das galáxias fotografadas agora pelo Hubble. “Um dia, poderemos descobrir se a vidas e originou em outros mundos, bilhões de anos antes de aparecer na Terra”, imagina ele.