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Os donos da Internet

Gigantes das telecomunicações querem tomar posse da Web e lucrar com taxas sobre sites e serviços online. Telefonia via rede pode estar com os dias contados.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h47 - Publicado em 31 jul 2006, 22h00

Ernesto Rinaldi

A rede foi projetada para resistir a uma guerra nuclear. Mas agora sofre com algo mais ameaçador: a fúria das empresas de telecomunicações. Elas querem acabar com a igualdade de condições entre todos os sites conectados à web. A coisa é simples: as gigantes de telecom, como a americana AT&T, controlam boa parte da infra-estrutura da rede (os cabos que conectam países e continentes). E agora elas querem fazer valer esse “direito de propriedade” cobrando taxas. Na prática, só os sites que pagarem uma tarifa mensal teriam a garantia de acesso rápido. Já os que não colocarem a mão no bolso podem acabar com páginas mais lentas. “Essas empresas estão com a cabeça no século 19”, afirma o engenheiro americano Vinton Cerf, um dos criadores da internet. Imagine pagar por uma conexão com velocidade de 500 Kbps, por exemplo, e descobrir que ela fica mais lenta quando você entra em alguns sites. Você tem de receber pela conexão que pagou. A proposta das empresas de telecomunicações deve ir a votação no Senado americano em setembro. Gigantes da rede, como o Google, cogitam processar as telecoms. E não faltam usuários revoltados: o movimento Save the Internet, por exemplo, organiza um abaixo-assinado virtual, que já tem mais de 1 milhão de assinaturas (www.savetheinternet.com). “A ameaça é que companhias determinem, por razões comerciais, o que você pode e o que você não pode acessar”, diz Tim-Berners Lee, outro criador da rede. As empresas de telefonia se defendem: o “imposto” seria uma forma de obter mais retorno pelo que elas investem. Só a AT&T gastou 11,5 bilhões de dólares com a infra-estrutura da web no último ano. Mas o objetivo central, dizem os especialistas, é outro: barrar o crescimento da telefonia via internet, bem mais barata que a tradicional, e que pode ser cortada pelas telecoms se a medida passar. O jornalista de tecnologia Robert Cringely, um dos mais influentes dos EUA, resume: “A telefonia é um negócio de 1 trilhão de dólares. Não é surpresa que desejem reassumir o controle”.

A nada admirável rede nova

O que pode acontecer com a Web
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O computador

A máquina continua acessando a internet como faz hoje: por linhas telefônicas ou de TV a cabo, a velocidades que, no Brasil, vão de 56 Kbps (as linhas discadas comuns) a 8 Mbps (a banda larga mais veloz que temos por aqui).

O provedor

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O meio de campo não muda: o provedor recebe os pedidos do seu micro (tipo endereços de sites), e manda para a rede. Para chegar aos servidores de internet, esses bits passam pelos cabos das multinacionais de telefonia.

Dados

Hoje, todos os dados fluem com uma velocidade equivalente. Amanhã, se as companhias donas da infra-estrutura da internet assumirem o controle, elas terão como filtrar qualquer tipo de dado. Isso significa que…

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Internet

…As empresas de telefonia poderão cobrar taxas dos sites. Quem não pagar pode ficar com uma conexão mais lenta, e chegar sem qualidade ao seu micro. Já serviços como os de telefonia on-line podem acabar bloqueados.

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