Revista em Casa: Assine a partir de R$ 10,99

Procurando a constelação: Escorpião balança a cauda sob o coração da Galáxia

Como encontrar a constelação de Escorpião e achar o centro da Via Láctea.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h35 - Publicado em 30 jun 1992, 22h00

Augusto Damineli Neto

Facilmente reconhecível, a imensa constelação do Escorpião serve de guia para se achar um ponto muito especial: o centro da Via Láctea, galáxia em que fica o Sol. O corpo do Escorpião se delineia a partir da estrela Antares, cujo brilho elevado, medido pela magnitude1, rivaliza com o do planeta Marte (veja no mapa ao lado). Note que a partir daí, quase numa reta rumo ao sul, alinham-se mais duas estrelas isoladas, e em seguida vem um par de astros bem próximos, designados u1 e u2 Sco. O próximo membro da constelação é também uma dupla, §1 e §2 Sco (veja perto um belo agrupamento estrelar, o aglomerado aberto I Sco, composto de 70 astros jovens, azuis, visíveis com pequena luneta e binóculo). Começa aí a curva da cauda do Escorpião, no sentido do ponteiro do relógio, em cuja ponta está a estrela Shaula (e, não muito longe, o aglomerado aberto M7, visível a olho nu). Imagone agora um triângulo aquilátero, isto é, de lados iguais, cuja base é uma linha traçada entre Antares e as §1 e §2: seu vértice superior á a direção do centro galáctico, distante 27.700 anos – luz (um ano-luz vale 9,5 trilhões de quilômetros). Sede de um zoológico que inclui pulsares, nebulosas, fontes de raios X e outros bichos, a posição desse ponto (desenho abaixo) faz com que ele passe bem acima de Porto Alegre.

Por isso, um grupo de pesquisadores, liderados por brasileiros, planeja construir ao a maior antena de rádio do planeta. Um detalhe final: seguido além da cauda do Escorpião, à esquerda, se vê a singela Coroa Austral, constelação que os pescadores da Ilha do Cardoso, no litoral paulista, chamam O Lanço. É que ela é uma imagem perfeita do brilho produzido pelo chumbo da tarrafa que, ao cair na água, induz fluorescência no plâncton marinho, notável nas noites sem luar. Os pescadores querem, com isso homenagear a rede que São Pedro teria lançado (o lanço, no relato bíblico) por indicação de Cristo. Que suas redes venham sempre cheias como a de Pedro.

O retorno da deusa

Vênus reaparece à tarde a partir da última semana de julho. Embora ainda próxima do Sol, ele se destaca no céu claro por seu elevado brilho. Cada vez mais alto sobre o horizonte, passa perto de Mercúrio, dia 25, e percorre as estrelas do Leão até atingir seu coração, em 6 de agosto.

Ciência com o dedo mindinho

Continua após a publicidade

Muitos livros afirmam que é inverno quando a Terra está longe do sol, e verão quando ela está perto. Não é assim. Se fosse verdade, haveria inverno em toda a Terra ao mesmo tempo, e qualquer criança sabe que, no Natal, aqui faz calor cientificamente, apenas usando o dedo mindinho, que a distância da Terra ao Sol varia muito pouco. Basta esticar o braço direito para o Sol varia muito pouco, quando estiver se pondo e olhar sobre o ombro. Observe que a unha do dedo mínimo cobre todo o astro-rei. Repita a operação em outra época do ano (após sis meses, por exemplo) e verá que o diâmetro aparente do Sol não muda – prova de que sua distância não varia de modo perceptível.

O Sol e a Lua na palma da mão

Há dias em que o Sol se põe como uma enorme bola vermelha. A Lua, também, à vezes parece maior que de costume. Agora que dispõe desse poderoso instrumento astronômico que é o dedo mindinho, você pode provar que tudo isso é pura ilusão de ótica: as mudanças no diâmetro do Sol e da Lua não são perceptíveis como parecem ser.


Planetas

Mercúrio melhor observá-lo na primeira a segunda (mang.0,8), mas fica visível até o fim, do mês, após o pôr-do-sol, junto ao horizonte oeste.

Continua após a publicidade

Vênus visível a partir da última semana de julho logo após o pôr-do-sol, acima do horizonte oeste (magn. -3,9)

Marte visível desde 1 h até o amanhecer (magn. 0,8). Passa de Áries para Touro em meados do mês, e faz belo par avermelhado com Aldebaran.

Júpiter visível a meio céu, acima do horizonte oeste, do anoitecer até s 21:h (magn. -1,8).

Saturno visível em Capricórnio a partir das 20 horas até o nascer do Sol (magn. 0,3)

Continua após a publicidade

Urano, Netuno e Plutão não são visíveis a olho nu.

Augusto Damineli Neto é presidente da Sociedade Astronômica Brasileira – Pesquisador do IAG/Usp – Doutor em Astronomia

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 9,90/mês*
OFERTA RELÂMPAGO

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a R$ 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.