Quais são os carros mais rápidos do mundo?
Ele seria a carta dos sonhos para qualquer jogador de Super Trunfo: tem 1 001 cavalos de potência ¿ quase o dobro das Ferraris mais nervosas.
Alexandre Versignassi e Fernando Badô
O astro-mor é o Bugatti Veyron. Ele seria a carta dos sonhos para qualquer jogador de Super Trunfo: tem 1 001 cavalos de potência – quase o dobro das Ferraris mais nervosas. E chega a 407 quilômetros por hora. Isso é mais do que a maior velocidade já atingida por um Fórmula 1 num GP. O coração do bicho é um motorzão de 16 cilindros cheio de anfetaminas – no caso, 4 turbocompressores que fazem seu propulsor 8.0 se comportar como se fosse um 16.0. E fazer um motor desses funcionar não é fácil. O problema: em qualquer carro, só um quarto da força obtida com a queima de combustível impulsiona as rodas. O resto é energia que vai para o espaço. Isso significa que um pangaré de 50 cv, por exemplo, solta 150 cv em forma de calor. Já é muito. Em um Veyron esse desperdício chega a assombrosos 3 mil cv. Isso dá 2 megawatts de energia – uma pequena usina termoelétrica. Para resfriar tudo isso, então, a gente precisa de uma cachoeira. E é mais ou menos o que o Veyron tem lá dentro. São 10 radiadores, com capacidade para 40 litros de água (contra 2 litrinhos dos carros normais). Para alimentar essa usina, aliás, você precisa de muita, muita gasolina. O consumo chega a 1,3 quilômetro por litro quando você está com o pé embaixo. Em outras palavras, são 5 litros de combustível virando fumaça a cada minuto. Um desastre ecológico sobre rodas. Bom, é provável que, até você juntar os 2,6 milhões de reais que a Bugatti cobra pelo esportivo, o petróleo já tenha acabado mesmo. Mas não fique triste: existe um carro elétrico quase tão rápido quanto o Veyron. Olha aqui do lado.
U.S. Army Team
Categoria: Dragster
Velocidade: 539 km/h.
Nitro
O segredo da velocidade obscena do dragster está no tanque. Ele queima nitrometano, um composto que leva oxigênio na fórmula. É como se o nitro viesse com um “turbo” embutido, já que o oxigênio acelera a combustão dentro do motor. E como: ele bebe 4 litros por segundo.
Insaciável
O modelo lá em cima cravou 539 km/h em 2005. Mas não tem ano em que algum desses carros de 6 mil cavalos não quebre o recorde de velocidade dos dragsters.
AC Propulsion Tzero
Categoria: Elétrico
Velocidade: 225 km/h.
Ferrari sem fumaça
A velocidade final do carro elétrico mais veloz do mundo não tem nada demais. Mas a aceleração tem. Ele vai de 0 a 100 km/h em 3,6 segundos. É o mesmo pique de uma Ferrari F-50! Só que o preço também não fica muito atrás: R$ 560 mil.
Ejaculação precoce
Ele acelera tudo isso porque motores elétricos chegam à potência máxima instantaneamente, enquanto os à combustão demoram. Além disso, ele tem autonomia de gente grande: 500 km.
Honda Bonneville 400
Categoria: Fórmula 1
Velocidade: 413 km/h.
Recorde forçado
Estabelecer a maior velocidade já alcançada por um F-1 foi um lance de marketing da Honda. Eles pegaram um modelo 2005, levaram para uma reta sem-fim (a planície de Bonneville, nos EUA) e sentaram o pé para quebrar a barreira dos 400 km/h.
Recorde pra valer
Em pista, que é onde vale para um F-1, a maior marca é de 372,6 km/h. Obra do McLaren V10 de Juan Pablo Montoya, em 2005, durante os treinos para o GP da Itália.
Corvette Callaway Sledgehammer
Categoria: Protótipo
Velocidade: 409 km/h.
Retrô
Parece um inocente Miúra. Mas quem vê cara não vê motorzão. Esse avô dos carros tunados, feito em 1988, traz um V8 biturbo que rende 898 cv e acelera de 0 a 100 km/h em 3,9 segundos. E a velocidade final… Nossa mãe do céu!
Rei da oficina
Foi todo montado no braço. O bloco do motor veio de um Stock Car, os pistões são de um fabricante, o câmbio de outro… E o toca-fitas estéreo de mais outro! Custou 400 mil dólares, fora a mão-de-obra.
Thrust SSC
Categoria: a Jato
Velocidade: 1 228 km/h.
Concorde
É o recordista absoluto e vai continuar sendo por muito tempo. Mas é difícil chamar esse troço de carro. O Thrust aqui é um cockpit instalado entre duas turbinas de caça. Foi feito em 1997 para quebrar a barreira do som. E hoje descansa em um museu.
Carro de Itu
Tudo ali é grande: são 10 toneladas, 110 mil cv de potência (140 motores de F-1), 18,2 litros de querosene por segundo… Já a aceleração não é tão maior que a do Bugatti. Ele vai de 0 a 100 km/h em 2,8 segundos.
Bugatti Veyron
Categoria: de série
Velocidade: 407 km/h
Exagerado
Ele desbancou o Koenigsegg CCR (388 km/h) do posto de mais veloz entre os carros de série. A aceleração também é recorde: 0 a 100 km/h em 3 segundos e 0 a 400 km/h em 21 segundos.
Varejão
A Volkswagen, dona da marca Bugatti, gastou 400 milhões de dólares no carro. E acha que as vendas não vão dar lucro . Mas beleza: a idéia é que a imagem do Veyron promova os outros Bugattis.
Veyron mostra tudo
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De onde ele tira 1 001 cavalos
1. O Veyron não tem um motor. Tem dois. Pois é: seu propulsor W16 é feito de dois motores V8 encaixados lado a lado (V + V = W). Há nada menos que 64 válvulas (os carros comuns têm 16) para lançar combustível dentro dos 16 cilindros .
2. Mas a gasolina não age sozinha. O combustível precisa de oxigênio para detonar – vão uns 10 quilos de ar para cada litro de gasolina. Então, quanto mais ar tiver lá dentro, mais combustível vai para a queima. E a potência bomba. Só que, se você quiser 1 001 cv, precisa de ajuda para encher os “pulmões” do motor.
3. É para isso que servem os 4 turbocompressores do Bugatti. Eles tragam dezenas de metros cúbicos de ar lá de fora e comprimem tudo para jogar nos pistões. Com essa lufada extra, o motor consegue queimar 1 litro de combustível a cada 12 segundos. Esse é o segredo para passar dos 400 km/h.
Respiradouro
Só o motor precisa sugar 45 metros cúbicos (54 quilos) de ar por minuto para funcionar em altas rotações. É o dobro do que outros superesportivos necessitam. Para não asfixiar o Veyron, então, os engenheiros colocaram essas tomadas de ar tipo “snorkel” aqui em cima.
Breque antimulta
Chegar a 400 km/h custa 1 milhão de euros. Fazer essa velocidade evaporar em 10 segundos, não tem preço. Tudo graças aos gigantescos freios de cerâmica de carbono, desenvolvidos por engenheiros espaciais e que podem ser forçados até o talo sem superaquecer .
Pneu de caminhão
A máquina esbanja no quesito retaguarda. Os pneus de trás são os mais largos que já foram parar num carro de passeio: têm 36 cm – uns 5 cm a mais que alguns pneus para boléia de caminhão. Debaixo da borracha, tem uma cinta plástica que permite ao carro andar de pneu furado por 200 quilômetros. Estepe? Não precisa.