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Suécia pode se tornar primeira nação sem dinheiro do mundo

A iniciativa é possível graças aos avanços em TI e vai ajudar a combater o crime organizado e o terrorismo

Por Camila Almeida
Atualizado em 8 mar 2024, 11h15 - Publicado em 14 out 2015, 21h45

Já imaginou não ter nem um real na carteira? Nem em cédulas, nem moedas? Pois é assim que, possivelmente, os suecos viverão em breve. Um estudo do KTH – Instituto Real de Tecnologia de Estocolmo aponta que os investimentos pesados em tecnologia da informação são os responsáveis por apressar a substituição completa do dinheiro na Suécia. 

De acordo com Niklas Arvidsson, pesquisador do instituto, os sistemas de pagamento móvel são cada vez mais universais no país. “O dinheiro ainda é um importante meio de pagamento nos mercados de muitos países, mas que já não é o caso da Suécia”, comenta. E as cédulas circulam cada vez menos. 

Lá, os cartões bancários são usados até mesmo para as menores compras. Hoje, há menos de 80 bilhões de coroas suecas em circulação. Seis anos atrás, esse número era quase 50% maior: eram 106 bilhões de coroas suecas circulando.

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No dia a dia, as pessoas transferem dinheiro entre si via aplicativos, que tem parceria forte com os principais bancos do país. Com a população fazendo cada vez mais transações digitais, é provável que a infra-estrutura do sistema de pagamentos do país inteiro tenha que ser renovada, o que vai provocar uma revolução nos sistemas bancários – mas isso também não é um impedimento.

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De acordo com a pesquisa, com os sistemas de cheques digitais, serviços eletrônicos de pagamento e avanços em serviços financeiros online, os bancos suecos são pioneiros na oferta de tecnologia aos clientes. Um setor de TI forte deixou os serviços financeiros mais competitivos na Suécia. Vários bancos já tem setores 100% digitalizados, que simplesmente não aceitam mais dinheiro.

Reflexos de um bolso vazio

Dinheiro

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Além de simplicidade e redução de custos, pagamentos digitais também adicionam transparência a sistema de pagamentos do país. Funcionários de bancos são obrigados a apresentar relatórios policiais em resposta a transações suspeitas realizadas em dinheiro. E, nos bancos que ainda exigem o uso de cédulas e moedas, os clientes devem explicar de onde o dinheiro vem, para coibir as práticas de lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo. 

Apesar da popularidade de todas essas mudanças, não dá para não falar sobre inclusão digital e desigualdade. A Suécia terá de assegurar que todas as pessoas sejam capazes de participar no novo sistema de pagamento. A transformação apresentaria sérios desafios para aqueles que não estão familiarizados com computadores e telefones celulares – principalmente os idosos que vivem em áreas rurais e os imigrantes. Com a extinção de notas e moedas, essas parcelas da população ficarão ainda mais à mercê do governo para sobreviver.

Se a moda vai pegar em outros lugares além da Suécia é outra questão. “Introduzir essas medidas a nível internacional é um desafio. Levaria muito tempo para mudar os sistemas bancários de outros países a partir do zero. Mas não é impossível que uma revolução bancária também possa ocorrer no exterior”, diz Arvidsson.

Com informações do ScienceDaily.

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