PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana

Tecnologia antiapagão

Vantagens e desvantagens das diversas formas de gerar energia

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h37 - Publicado em 31 Maio 2001, 22h00

Flávio Dieguez

Se a produção de eletricidade no Brasil está em crise não é por falta de opções tecnológicas. Inúmeros meios viáveis de gerar eletricidade têm sido ignorados ou mal-aproveitados. Nesse pacote tecnológico de ponta estão, entre outras, a energia do vento (ou eólica), a solar e a da biomassa, ou seja, a produção de eletricidade pela queima de matéria-prima vegetal como o bagaço de cana ou o óleo de dendê. Nenhum desses recursos representa uma solução mágica e, assim como as fontes de energia tradicionais, também têm suas vantagens e desvantagens,Mas poderiam complementar e ampliar a produção de energia no Brasil, onde mais de 90% da eletricidade consumida ainda vem das hidrelétricas. Deu no que deu: a escassez de chuva terminou em tarifaços de surpresa e ameaça de apagões.

“Se tivéssemos diversificado nossas fontes energéticas, não estaríamos hoje nessa situação”, diz o engenheiro Célio Bermann, do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo. Ele cita o exemplo da energia solar, cuja importância é fácil de perceber num país tão ensolarado quanto o Brasil. Bermann ilustra o argumento com um cálculo hipotético. Segundo ele, toda a eletricidade consumida atualmente no país – 330 bilhões de quilowatt/hora (kWh) ao ano – poderia ser gerada por uma única usina solar que ocuparia o espaço hoje tomado pelo lago da hidrelétrica de Itaipu, cuja área é de 1 350 quilômetros quadrados. Isso dá uma idéia do potencial energético brasileiro. Apesar disso, estamos aproveitando do Sol apenas 52 milhões de kWh/ano, 6 000 vezes menos que o consumo total do país.

A biomassa é outro recurso crucial por ser extremamente abundante no Brasil. “Somente o bagaço de cana nos daria um potencial de 26 bilhões de kWh/ano”, diz Bermann. “Mas estamos gerando, atualmente, apenas dez bilhões”. Isso para não falar no biodiesel, óleo combustível extraído de vegetais como o dendê, que também poderia ser queimado para gerar eletricidade. Quanto ao vento, segundo o engenheiro, a tecnologia eólica disponível poderia dar ao Brasil 250 bilhões de kWh/ano, 75% do consumo total do país. Mas ela nos dá efetivamente apenas 150 milhões de kWh/ano – 1 500 vezes menos do que seria possível.

Outro recurso mal-aproveitado são as pequenas centrais hidrelétricas, instaladas em rios modestos e riachos para suprir as áreas vizinhas. “Na minha opinião, é uma forma mais racional de produzir eletricidade do que fazer grandes e caras centrais como Itaipu”, afirma Bermann. Nossa capacidade de tirar energia dos pequenos rios é da ordem de 85 bilhões de kWh/ano, mas estamos aproveitando somente 7 bilhões de kWh/ano.

Continua após a publicidade

Esse leque de tecnologias teria deixado o país com muito mais flexibilidade para enfrentar a crise atual. Em ano que não chovesse, como este, poderíamos contar com a energia solar, por exemplo. A falta de opções, em vez disso, tende a aumentar o erro básico do governo, de não ter ampliado a produção de energia para acompanhar o crescimento da economia nos últimos anos. Para compensar o descompasso, as hidrelétricas gastaram a água que deveria ficar armazenada para enfrentar situações como a da seca atual, a pior dos últimos 70 anos. Diante disso, os problemas estão apenas começando: como as chuvas terminaram em março, os reservatórios deveriam estar a plena carga para enfrentar a relativa falta de água dos próximos meses. Como eles estão muito longe disso – um pouco acima da marca crítica, de 10% da capacidade total – podemos chegar às vésperas do próximo período de chuvas, em novembro, com saudade dos apagões de junho.

drusso@abril.com.br

Continua após a publicidade

Vantagens e desvantagens

Compare as diversas maneiras de gerar eletricidade

Vários fatores influem na hora de optar por uma forma de gerar energia. Os principais são o custo de construção da usina e os gastos para mantê-la operando. O impacto ambiental também tem que ser considerado. Outro dado é o tempo real de operação, que mede a porcentagem do tempo que a central efetivamente produz energia, descontadas interrupções causadas, por exemplo, pela falta de gás, chuva ou sol

Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.