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Universidade, tecnologia e indústria.

Tornou-se lugar-comum dizer que o Brasil está tecnologicamente atrasado. Um recente e sério estudo do governo paulista mostrou que a indústria brasileira está depreciada em pelo menos quinze anos em relação à indústria do Primeiro Mundo.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h51 - Publicado em 15 jan 2010, 22h00

Carlos Vogt

E que, se alguma providência urgente não for toada, o envelhecimento dos processos industriais levará a uma incapacidade cada vez maior de competição no mercado internacional. Ou seja, corremos o risco de voltar a exportar prioritariamente produtos primários, como acontecia até a década de 40.
O que parece incompreensível a muita gente é o fato de o país possuir alguns excelentes centros de pesquisa tecnológica e ainda assim estar nessa situação. É sabido que desde os anos 70 universidades como a Uni-camp e a USP. Além de institutos como o Inpe e o IPT, têm mantido uma honrosa compatibilidade internacional em áreas fundamentais da Física, da Química e das engenharias. Nesse caso, por que a nossa indústria siderúrgica, metalúrgica e de manufaturados em geral não mantêm a mesma compatibilidade?

Primeiro é preciso saber por que a indústria se defasou tecnologicamente. Quando o país crescia a 10% ao ano, entre 1967 e 1973, o parque industrial podia considerar-se relativamente em dia. Depois veio a crise do petróleo, o preço do barril subiu de 2,8 a mais de 30 dólares, o Brasil se endividou na esteira de seus grandes projetos estatais e a indústria, alarmada pela falta de demanda, parou nos níveis em que estava no final dos anos 70. Não houve mais investimentos significativos. E em não havendo investimentos, não há expansão – nem produtiva, nem tecnológica.

É claro que, nessas circunstâncias, a indústria não estava em condições de assimilar as idéias e os projetos disponíveis nos laboratórios das universidades e dos institutos mais avançados. Por exemplo: as modernas tecnologias da Informática e da microeletrônica já são de domínio dos centros de pesquisas brasileiros há pelo menos dez anos – e o que aconteceu? Não se pode dizer que o país tenha uma indústria forte e competitiva nesses setores. O mesmo se deu, com peculiaridades não muito diferentes, nas áreas de produção de alimentos, de insumos químicos, na indústria farmacêutica e em tantos outros segmentos industriais.

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Pergunta-se qual a solução possível para esse gigantesco problema, que é típico dos países tecnologicamente dependentes. Há dois fatores positivos a considerar. Um é que, apesar da recessão e do atraso tecnológico, o Brasil ainda conta com um dos dez maiores parques industriais do mundo, que quer dizer: invejável capacidade instalada. Outro é que os centros de pesquisa tecnológica e básica continuam aí e não exatamente regrediram com a crise: muitos, ao contrário, avançaram heroicamente nesse período.

E o que é necessário fazer? Alguma coisa já está sendo feita, especialmente em São Paulo, onde se registra um forte movimento da indústria em direção às universidades e vice-versa. A Unicamp, por exemplo, que te hoje mais de 500 contratos com o setor industrial para repasse tecnológico, abriu recentemente um escritório de transferência de tecnologia. E, na esteira dessas negociações, que envolve um número cada vez maior de parceiros, criou-se uma Fundação Universidade-Empresa (Uniemp), já em funcionamento em São Paulo. Mas, principalmente, é preciso que o país volte a crescer. E essa, naturalmente, deve ser uma opção do governo.

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