Longe, muito longe. A Voyager 1 está a 10 bilhões de quilômetros da Terra e a Voyager 2, a 8 bilhões de quilômetros. E continuam se distanciando daqui a 70 000 quilômetros por hora. As duas foram lançadas em 1977 para fotografar os grandes planetas do Sistema Solar: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. A trajetória das naves foi calculada para que a gravidade desses planetas as puxasse para a frente, aumentando a velocidade. “A missão é um sucesso”, diz o astrônomo Jorge Carvano, do Observatório Nacional do Rio de Janeiro. “Elas descobriram 22 novas luas, encontraram anéis em Júpiter, atividade vulcânica em Io, um dos satélites jupiterianos, e gêiseres em Tritão, uma das luas de Netuno.” Em 1990, as duas ultrapassaram a órbita do último planeta, Plutão.
Mas a missão não acabou. Hoje, elas estão enviando dados sobre a heliopausa, uma região quase desconhecida do Sistema Solar, onde o vento solar (uma nuvem de partículas e plasma emitida pelo Sol) tromba com o vento de outras estrelas. As naves deverão funcionar mais vinte anos. Depois disso, vão vagar pelo Universo, desligadas, carregando discos de ouro dirigidos a eventuais extraterrestres, com gravações de imagens, músicas e saudações em várias línguas. Inclusive um “Paz e Felicidade para Todos” em bom português. Uma missão maravilhosa.
Nos confins do Sistema Solar
Veja a trajetória das Voyagers 1 e 2, lançadas em 1977.
Voyager 1
Lançamento 5/9/1977
Júpiter 9/7/1979
Saturno 12/11/1980
Hoje
10 bilhões de quilômetros
Voyager 2
Lançamento 20/8/1977
Júpiter 5/3/1979
Saturno 25/8/1981
Urano 24/1/1986
Netuno 25/8/1989
Hoje
8 bilhões de quilômetros