A bizarra epidemia de dança na França de 1518

A festa mais longa da história não foi um festival dos anos 60 e nem um techno na Alemanha. Ela aconteceu na cidade de Estrasburgo, França, no verão de 1518.

Em julho daquele ano, uma mulher conhecida como Frau Troffea (senhora Troffea) começou a dançar nas ruas da cidade, sem música ou qualquer justificativa para o embalo.

Ao longo dos dias (sim, dias dançando), mais pessoas se juntaram a ela, formando um baile na rua que durou três meses.

O episódio é conhecido como Praga da Dança de 1518. Algo que poderia facilmente se passar por ficção científica se não houvesse diversos relatos históricos do mesmo caso.

Mais de 400 pessoas dançaram nas ruas de Estrasburgo ao longo dos três meses. Elas não pareciam ter controle da ação, visto que muitas gritavam por socorro, choravam de dor e tinham alucinações.

A situação obviamente preocupou as autoridades da cidade. A solução encontrada por eles foi incentivar mais dança, tentando vencer as pessoas pelo cansaço. Não fucionou.

Alguns documentos póstumos apontam para a morte de um número de pessoas, mas um artigo publicado em 2016 diz que não há relatos de morte contemporâneos ao evento.

Independentemente do motivo para a dança, é provável que os bailantes estivessem vivenciando estados alterados de consciência.

Uma teoria é que os cidadãos estavam com ergotismo, uma intoxicação adquirida após consumir farinha contaminada por esporão-do-centeio. O fungo causa alucinações.

A intoxicação conjunta, causada pelo consumo do centeio contaminado, ajudaria a explicar o frenesi. Só que essa hipótese é considerada pouco provável.

Outra hipótese é a de uma histeria em massa causada por estresse. Nesse estado, as pessoas ficam menos conscientes da exaustão física e dores causadas pela dança incessante.

Mas por que dançar? Por que não chorar, protestar ou manifestar o estresse de outra forma? Isso ainda é um mistério.