As doenças por trás da derrota de Napoleão na Rússia

Em 1812, Napoleão I invadiu a Rússia por terra, travando pequenas batalhas pelo território com o objetivo de chegar em São Petersburgo.

Os russos destruíram plantações e aldeias antes dos franceses chegarem. Aos poucos, a tropa de Napoleão foi perdendo homens para a fome e o frio do inverno russo.

Uma nova análise revela que duas doenças podem ter contribuído para a derrota. Pesquisadores do Instituto Pasteur extraíram DNA de 13 cadáveres de soldados.

Os ossos continham duas bactérias conhecidas por causarem febre entérica e febre recorrente: a Salmonella enterica e a Borrelia recurrentis.

As doenças têm sintomas semelhantes, como febre alta e fadiga. Elas podem ter contribuído para a piora dos soldados, que já estavam fragilizados pela fome e frio. 

Os soldados analisados foram exumados de uma vala comum em Vilnius, na Lituânia. O exército passou pelo local quando estava recuando da Rússia, em dezembro de 1812.

Dos 13 soldados analisados, quatro testaram positivo para S. enterica, e dois para B. recurrentis. É difícil saber a importância das doenças para a derrota das tropas, dado o baixo número de cadáveres.

Cerca de 200 mil pessoas morreram no avanço da campanha, e mais 300 mil durante o recuo.

O estudo utilizou sequenciamento de nova geração. Essa técnica permite a identificação de espécies e até linhagens a partir de pouco material.

Os pesquisadores não encontraram sinais da bactéria Rickettsia prowazekii, responsável pelo tifo, que havia sido identificada em outras análises.