Cachorros e gatos podem comer cebola?

Não. A cebola faz parte do gênero “Allium”, ao qual também pertencem o alho, a cebolinha e o alho-poró. 

Todos eles contêm, em diferentes concentrações, compostos chamados organossulfóxidos, que são responsáveis pelo odor e sabor característicos desses temperos.

Embora sejam inofensivos para nós, ao serem absorvidos pelo trato gastrointestinal de alguns animais, como cães e gatos, eles desencadeiam um problema chamado anemia hemolítica.

Nesse tipo de anemia, a hemoglobina — a proteína que as moléculas de oxigênio se encaixam para serem transportadas pelos glóbulos vermelhos —, oxida e vira metemoglobina, incapaz de carregar o gás.

Além disso, a oxidação forma os chamados corpúsculos de Heinz, agregados de hemoglobina desnaturada que danificam a membrana dos glóbulos vermelhos, tornando-os mais frágeis.

Quando isso acontece, essas células são enviadas ao baço para destruição e reciclagem de alguns átomos importantes, como o ferro.

A intoxicação ocorre independentemente da forma da cebola: crua ou cozida, em pó, desidratada, etc. Todas as preparações contêm os mesmos componentes perigosos para os bichos.

Nos cães, a ingestão de apenas 5 g de cebola por quilograma de peso corporal já pode causar alterações hematológicas significativas. Gatos, por sua vez, são ainda mais sensíveis.

O alho também deve ficar de fora da dieta dos animais de estimação, mas é menos preocupante porque tem uma concentração muito menor desses mesmos compostos.