Imunote-rapia pode ser caminho para cura do HIV, diz estudo

Pesquisadores americanos testaram uma combinação de imunoterapias que pode abrir um caminho promissor rumo a uma cura — ou a um tratamento duradouro — para o HIV.

A técnica “treina” o sistema imunológico para combater o vírus. Em sete pacientes, os níveis de HIV no sangue ficaram muito baixos por meses, mesmo sem antirretrovirais diários.

Steven Deeks, líder do estudo e pesquisador da Universidade da Califórnia em São Francisco, afirma que a abordagem pode levar a terapias que dispensem o uso contínuo de medicamentos ao longo da vida.

O HIV ataca células de defesa, o que dificulta sua eliminação. Os tratamentos atuais controlam o vírus, mas só funcionam com uso diário — caso contrário, ele volta a se multiplicar.

A nova estratégia combinou três imunoterapias: uma vacina que ativa linfócitos-T, anticorpos contra o vírus e um medicamento que fortalece o sistema imunológico.

Os pacientes seguiram com a terapia usual por meses. Depois, interromperam os remédios diários para verificar se o sistema imunológico conseguia controlar o HIV sozinho.

Em três voluntários, o vírus voltou rapidamente. Mas em seis, os níveis permaneceram baixos por meses — e em um caso, por mais de um ano.

A combinação não é uma cura, mas aponta um caminho possível para tratamentos de longo prazo. Antes, resultados semelhantes já haviam sido vistos em macacos.

O estudo ainda é inicial: contou com apenas 10 participantes e não teve grupo controle. Ensaios maiores serão necessários para comprovar a eficácia.