Como o placebo funciona no cérebro?

O efeito placebo não é uma exclusividade da mente humana: há estudos mostrando que ele também pode se manifestar em cachorros e ratos.

Agora, uma experiência feita por cientistas japoneses conseguiu identificar o que acontece, exatamente, quando camundongos de laboratório recebem placebo.

Primeiro, os pesquisadores costuraram dois nervos na coluna dos pobres ratinhos, para que as patas deles ficassem um pouco mais sensíveis à dor.

A ideia era imitar a neuropatia, uma condição que pode ocorrer em seres humanos e causa sensibilidade crônica nas extremidades do corpo.

Em seguida, ao longo de quatro dias, os ratos receberam injeções de gabapentina – um medicamento que costuma ser usado, em pessoas, para tratar a neuropatia.

Mas aí os cientistas trocaram o remédio. Em vez de gabapentina, passaram a injetar uma solução salina neutra, sem efeito. Ou seja, placebo.

Então, os ratos passaram por um exame de neuroimagem, que revelou o seguinte: a injeção fajuta acionou os receptores opioides do cérebro deles.

Isso significa que, mesmo sem ter qualquer efeito farmacológico, o placebo agiu como se fosse um analgésico potente – e impediu que as cobaias sentissem dor.