Tudo o que você precisa saber sobre  metanol

O Brasil enfrenta um surto incomum de intoxicações por metanol nas últimas semanas, que ainda estão sendo investigadas pelas autoridades.

Os casos de intoxicação aconteceram pelo consumo, em bares e adegas, de bebidas alcoólicas destiladas que provavelmente foram adulteradas. 

O metanol (CH₃OH) é um tipo de álcool, semelhante ao etanol (C₂H₆O) consumido em bebidas alcoólicas, mas muito mais tóxico. Pequenas quantidades podem ser letais.

É um líquido incolor e inflamável, com cheiro parecido com o álcool comum, o que dificulta sua identificação a olho nu. 

Na indústria, é usado como matéria-prima para produzir solventes, tintas, plásticos, adesivos e combustíveis. No Brasil, também é empregado na fabricação de biodiesel.

Quando ingerido, o fígado converte o metanol primeiro em ácido fórmico, que ataca as mitocôndrias das células e causa muitos danos. Cegueira é uma consequência comum.

A presença de metanol em bebidas pode ter origem natural. No processo de fermentação de frutas e vegetais, pequenas quantidades podem surgir, mas em níveis residuais e seguros. 

Por isso, o Ministério da Agricultura estabelece limites mínimos permitidos. Em processos clandestinos, porém, não há regulação, e os níveis altos de metanol podem passar batido.

Falsificadores também podem adicionar metanol de forma deliberada para reduzir custos e aumentar o teor alcoólico dos produtos.

Autoridades orientam a população a desconfiar de bebidas com preços muito abaixo do normal, embalagens com rótulos desalinhados ou erros, lacres tortos, tampas diferentes ou ausência de selo fiscal.

Os sintomas iniciais parecem com embriaguez: náusea, tontura e mal-estar. Horas depois, surgem dores abdominais, vômitos, visão turva ou perda da visão, confusão mental, coma e até morte.

Apenas 10 mL de metanol puro (cerca de 8 g) já podem causar intoxicação grave, por isso o atendimento médico imediato é essencial para reduzir os danos e aumentar a chances de sobrevivência.