Papisa Joana: já existiu uma Papa mulher?

Não: hoje é praticamente consenso entre especialistas que a história não passa de uma lenda. Mas a narrativa fez sucesso na Idade Média.

Algumas versões da lenda dizem que a história se passou no século 9; outras, no século 11. Joana era inglesa ou nascida na região que hoje é a Alemanha.

Ela viajou para Grécia para estudar filosofia e teologia, disfarçada de homem. Depois, teria ido para Roma, onde conquistou respeito na Igreja Católica por sua inteligência.

Quando o papa Leão IV morreu, ela teria sido escolhida como sua substituta por unanimidade, sob o nome de “João, o Inglês”.

Seu papado de dois anos acabaria quando ela dá à luz a uma criança em público em Roma, revelando sua identidade feminina. Logo depois, ela teria morrido.

A história ficou tão famosa que a papisa Joana aparecia em algumas listas oficiais de papas durante a Idade Média, além de pinturas, poemas e até em textos críticos à Igreja Católica.

Mas há furos. Apesar da história supostamente ter se passado no século 9, as primeiras versões da narrativa surgem só 400 anos depois, no século 13.

Não há nenhuma menção do tipo em documentos contemporâneos a suposta personagem, nem mesmo entre os inimigos da Igreja Católica. Além disso, há várias contradições entre as versões da fábula.

A partir do século 17, a maior parte dos historiadores, e tanto católicos como protestantes, passaram a ser mais céticos quanto à lenda.

Hoje, é consenso entre historiadores que a história não passa de uma lenda, possivelmente feita por críticos da Igreja Católica ou de facções específicas dela.