Por que a religião islâmica ama gatos?

Existem dezenas de histórias religiosas sobre gatos na tradição islâmica, mas para entendê-las, precisamos dar um passo atrás e entender de onde elas vêm.

Os muçulmanos, além de se orientarem pelo seu livro sagrado, Alcorão, também embasam os valores da religião na Suna, um corpo de tradições morais.

A Suna é embasada pelos hádices (ou hadith): textos que relatam histórias do profeta Maomé a partir do ponto de vista de diversos narradores identificados.

Sobre à pureza dos gatos: eles são tão limpos que um hádice conta que Maomé teria dito que não tinha problema se o ritual de ablução fosse feito com a água que um gato bebeu.

Um hádice afirma que Maomé teria dito que “uma mulher entrou no inferno por causa de um gato que ela havia amarrado, sem lhe dar comida nem deixá-lo livre para comer dos vermes da terra”.

Existem muitas outras histórias sobre o amor do profeta muçulmano pelos gatos que não são tão bem estabelecidas na Suna e causam discórdia entre os teólogos. Mesmo assim, são repetidas há séculos.

Nas grandes cidades muçulmanas, gatos de rua são a realeza. Cuidados pela comunidade, eles também são autorizados a circular livremente por mesquitas.

Istambul, a capital da Turquia, abriga cerca de 125 mil gatos de rua. Alguns felinos são ou foram celebridades locais.

Um dos casos mais famosos é o de Tombili (“Gordinho”, em tradução literal do turco), um gato de rua que viralizou ao ser fotografado diversas vezes na mesma posição em um degrau da cidade.

Depois da sua morte, em 2016, um abaixo-assinado online arrecadou 17 mil assinaturas e conseguiu uma estátua de bronze de Tombili no mesmo local e com a mesma pose.