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A cidade vertical

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h54 - Publicado em 22 jul 2009, 22h00

Ainda não existe uma palavra para descrever as construções que algumas empresas começam a desenhar para o futuro. Que nome dar a um prédio com apartamentos para centenas de milhares de pessoas? E que ainda tem espaço para centrais elétricas, fazendas, hospitais e escolas, parques, estádios e piscinas, escritórios e lojas? São megaedifícios, ou cidades verticais, cujos “bairros”, ou blocos, são interligados por quilométricos corredores de aço e vidro. Nessas colméias humanas, uma pessoa pode passar a vida inteira, sem nunca mudar de endereço. Mas, se quiser sair, em vez do metrô pode tomar um silencioso dirigível e descer direto para a cidade — isto é, a cidade convencional, no nível do solo, 2 ou 3 quilômetros abaixo.

Um delírio arquitetônico como este só podia mesmo nascer da cabeça dos japoneses. O Japão é tão pequeno que cada pessoa tem apenas 3 metros quadrados para viver. São 125 milhões de habitantes espremidos em apenas 380 000 quilômetros quadrados — área 36% menor que o Estado de Minas Gerais. A situação nas cidades é ainda mais apertada porque elas concentram 77% da população total do país. Assim, mesmo que jamais se tornem realidade, esses mirabolantes vôos de imaginação têm o seu lado útil: podem servir de modelo para projetos menos grandiosos, porém mais viáveis. Por exemplo, para edifícios com 300 metros de altura.

Um dos desafios que os engenheiros japoneses enfrentaram nos novos projetos foram os terremotos, muito comuns no Japão. A preocupação era manter inteiras estruturas de centenas ou milhares de metros de altura num país em que o chão pode tremer a qualquer momento. O DIB 200, com 800 metros de altura, por exemplo, criado pela Kajima Corporation, tem a sua maneira de resistir aos abalos. É o próprio “balança-mas-não-cai”, no bom sentido. Foi projetado para se “mexer” de acordo com os movimentos do solo e, desse modo, continuar em pé (veja página ao lado).

O sistema antisísmico é controlado por programas de computador desenvolvidos pelos próprios engenheiros da Kajima. Os 200 andares do prédio são ocupados por 320 apartamentos residenciais, 800 000 metros quadrados de escritórios, mais um hotel com 2 500 quartos e três heliportos.
Ao imaginar prédios de altura recorde, os engenheiros japoneses recorreram a muita criatividade. Por exemplo: como fazer fundações que aguentem os milhões de toneladas de peso das enormes estruturas? Pelo sistema convencional de construção, a solução seria “plantar” as fundações a muitos quilômetros de profundidade no solo. Mas, no X-Seed 4000 (na página ao lado), a saída foi transferir o projeto da terra firme para a água e transformar a montanha de aço numa ilha flutuante.

O prédio projetado pela Taisei Corporation seria instalado sobre imensas “caixas” que funcionariam como bóias. Dispostas uma ao lado da outra, abaixo da superfície do mar, elas constituiriam o alicerce do gigantesco X-Seed 4000. O superedifício mede 4 quilômetros de altura e tem 6,5 quilômetros de diâmetro na base. Pode servir de moradia para nada menos que 700 000 pessoas — quase toda a população de Fortaleza, no Ceará — e levaria nada menos que trinta anos para ficar pronto.
Ela tem mais de 2 000 metros de altura e pode ganhar, quase de um dia para o outro, mais 100 ou 200 andares. Chegaram novos moradores? Nenhuma dificuldade. Basta acrescentar os blocos necessários na estrutura existente. Exatamente como as cidades crescem com o aumento da população. A construção por módulos também pode ser útil como proteção contra incêndios. No Try 2004, os blocos são encaixados em forma de pirâmide. A distância entre eles impede que o fogo se espalhe por toda a torre. Isso dá tempo para que chegue o socorro das unidades vizinhas — seja pelas passarelas existentes nos tubos horizontais, seja por helicóptero. No Try 2004 poderiam morar até 1 milhão de pessoas em 240 000 apartamentos. Além do setor residencial, haveria uma área equivalente a 2 400 quarteirões reservada a escritórios. O custo da obra chegaria aos 760 bilhões de dólares (uma vez e meia o Produto Interno Bruto do Brasil).

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