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Por Alexandre Versignassi
Blog do diretor de redação da SUPER e autor do livro "Crash - Uma Breve História da Economia", finalista do Prêmio Jabuti.
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Você não precisa ter fé na ciência

Se encontrarmos uma civilização em outro planeta, ela terá deuses diferentes, mas certamente saberá as fórmulas da Teoria da Relatividade.

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Atualizado em 2 jan 2020, 12h23 - Publicado em 28 fev 2018, 13h07

“Qual é a diferença entre fé e ciência, já que ciência significa ‘acreditar’ naquilo que os cientistas dizem?” Uma das melhores respostas para essa pergunta, tão recorrente, não veio de um cientista nem de um filósofo, nem do papa. Veio de um comediante, Ricky Gervais: “Se você destruir todos os livros, todos os registros, das religiões, daqui a mil anos haverá religiões diferentes das de hoje. Se você destruir todos os registros científicos, não. A ciência de daqui a mil anos será a mesma que a gente tem agora, porque vão fazer os mesmos testes e encontrar os mesmos resultados.” Brilhante.

E é isso. Se encontrarmos uma civilização tecnológica em outro planeta, ela terá deuses diferentes dos nossos, mas vai conhecer as fórmulas da Teoria da Relatividade sem ter precisado de Einstein – já que sem Relatividade você não tem GPS (entre outras coisas), e sem GPS você não tem uma civilização tecnológica digna desse nome.

Da mesma forma, o foguete da SpaceX seguiu à risca as equações de Kepler, feitas no século 17, antes de Newton, para sair da órbita da Terra. Newton pegou as equações de Kepler e deduziu a existência da gravidade universal. Einstein viu uma brecha que Newton deixou e aprimorou a teoria, descobrindo a Relatividade Geral. Darwin deixou a cama arrumada para a descoberta do DNA, quase um século depois dos tentilhões das Galápagos.

Ninguém tem “fé” em Einstein. Só sabemos que ele está certo porque cem anos de experimentos comprovam isso.

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A ciência é uma obra coletiva construída à base de tentativa e erro. Ninguém tem “fé” em Einstein. Só sabemos que ele está certo porque cem anos de experimentos comprovam isso. Uma dessas experiências acontece toda vez que você liga o Waze. A Relatividade Geral reza que, quanto menor for a gravidade à qual você está exposto, mais rápido o tempo passa para você.

A natureza faz o seu relógio andar mais rápido – seja aquele no seu pulso, seja o seu relógio biológico.   Os relógios dos satélites de GPS, sob menos gravidade, correm mais rápido que os relógios da superfície. Para o Waze dar a sua localização exata, porém, o relógio do seu celular aqui embaixo e o dos satélites precisam estar sincronizados.

E agora? Bom, seu aparelho recebe o sinal lá de cima com o horário errado. Só que aí ele roda as equações de Einstein e faz a correção na hora. Cada vez que o Waze leva você para algum lugar, então, temos uma prova de que Albert Einstein estava certo.

Lindo. Mas perguntas como a que fizeram para Gervais mostram que muita gente ainda não entende a beleza real da ciência. Mas ela segue aqui. Onipresente.

 

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