Quem olha a capa de Vigor Mortis Comics (Zarabatana Books, 112 pgs., R$ 30) e pensa que é só um livro infantil, se engana. Até eu, quando recebi o livro, me enganei.
Trata-se de uma HQ com vários contos inspirados nas peças teatrais da Companhia Vigor Mortis, de Curitiba, conhecida por suas montagens sangrentas e com um toque de perversão. Embora as histórias não sejam exatamente como as peças, usam as mesmas ideias e personagens. Os roteiros são de Paulo Biscaia Filho e José Aguiar, e as ilustrações, de Aguiar e DW Ribatski.
O livro contém oito contos que, no começo, parecem cenas aleatórias. Conforme vamos lendo, porém, percebemos que as histórias estão conectadas, mesmo que minimamente. Isso rende certo dinamismo à HQ, pois cada referência faz com que o leitor queira voltar a histórias anteriores para vê-las de novo.
Como qualquer história em quadrinhos, o estilo de desenho é muito importante. Nesse caso, a opção de utilizar três cores (branco, preto e vermelho) é acertada e não poderia deixar as ilustrações melhores. Como o sangue, a perversão e as cenas bizarras são frequentes nas páginas, a escolha de cores para representá-los foi a melhor possível.
Vigor Mortis Comics é uma boa HQ para passar o tempo, mas eu não recomendaria para menores de 16 anos.