Apple apresenta iOS 9, com recursos para enfrentar o Google Now, e novo serviço de música por streaming
Acaba de começar a WWDC (Worldwide Developers Conference), evento em que a Apple mostra suas novidades de software. O primeiro anúncio foi a nova versão do OS X, que foi batizada de “El Capitain” (é o nome de uma formação rochosa no parque Yosemite, na Califórnia). O sistema operacional vem com algumas melhorias no Safari […]
Acaba de começar a WWDC (Worldwide Developers Conference), evento em que a Apple mostra suas novidades de software. O primeiro anúncio foi a nova versão do OS X, que foi batizada de “El Capitain” (é o nome de uma formação rochosa no parque Yosemite, na Califórnia). O sistema operacional vem com algumas melhorias no Safari (que agora, como no Chrome, permite “pinar” abas: deixar sempre abertas, no canto da tela, as páginas que você mais usa), no buscador de arquivos Spotlight (agora com informações da internet, como previsão do tempo e cotações de ações), e no gerenciador Mission Control – que tornou mais fácil organizar as suas janelas. É bom, mas não é nada demais. As promessas sobre desempenho é que chamaram a atenção: segundo a Apple, os programas abrem até 40% mais rápido no novo sistema (fazendo algumas adaptações no código dos apps, é possível conseguir mais – e renderizar efeitos de vídeo 50% mais depressa, por exemplo). Se for verdade, vai ajudar muito quem usa programas pesados, como o pacote Adobe. A conferir. O novo OS X será gratuito, e chega nos próximos meses.
Depois foi a vez do iOS 9. Os destaques são a assistente pessoal Siri, que ficou bem mais esperta, e os recursos ‘preditivos’. O Mail analisa as mensagens, vê quais delas dizem respeito a reuniões – e adiciona automaticamente os compromissos ao seu calendário. O calendário, por sua vez, olha os seus compromissos, vê como está o trânsito – e diz a que horas você tem de sair para chegar lá. Quando chamada, a Siri mostra atalhos para os apps mais úteis em cada momento do dia (Spotify quando você está no ônibus e táxi à noite, por exemplo). Tudo bem esperto. É uma resposta direta, e aparentemente competente, da Apple ao Google Now, que já faz coisas parecidas.
A empresa aproveitou para lembrar que o sistema de pagamentos Apple Pay já é aceito em 1 milhão de estabelecimentos comerciais nos EUA, e está chegando ao segundo país: a Inglaterra, em 250 mil estabelecimentos comerciais. É uma vitória para a Apple, e é mais longe do que qualquer outra empresa de tecnologia conseguiu ir – o Wallet, sistema de pagamentos do Google, nunca chegou nem perto -, mas dá uma ideia da dificuldade que é entrar no mercado de pagamentos (o Apple Pay está no mercado há quase dois anos, e só agora vai além dos EUA).
O aplicativo mais interessante do iOS 9 é um novo: o News. É um leitor de notícias, ou seja, serve para você receber e ler textos dos seus sites preferidos. Ele é inteligente, analisa os seus hábitos de leitura e sugere artigos baseado nisso. Já existem diversos apps do tipo, do Feedly ao Flipboard, mas eles não são tão populares quanto poderiam ser (a maioria das pessoas lê notícia no Facebook, e pronto). Com o aplicativo da Apple, a coisa tem uma chance maior de decolar. Resta saber se o programa aceitará o formato RSS, ou se vai exigir que os sites publiquem as atualizações num formato próprio – e, se os artigos vierem adornados por banners publicitários, quem vai receber por eles (se a Apple quiser uma porcentagem do dinheiro, e provavelmente vai, os sites não vão gostar muito).
No iPad, a grande novidade é que o iOS 9 permite fazer multitarefa real, ou seja, ter dois apps abertos na tela ao mesmo tempo. Dá pra navegar na internet e bater papo pelo Messages, ou escrever um email enquanto você assiste a um vídeo. Bem legal. Para instalar o iOS 9, será preciso ter 1,8 GB de espaço livre. A versão beta sai em julho – a final, entre setembro e dezembro. Todos os aparelhos que hoje rodam o iOS 8 poderão fazer a atualização (embora sempre seja bom esperar um pouco antes de baixar).
Para fechar a apresentação, mostraram o tão esperado Apple Music – um serviço de música por streaming. Ele vai ter uma estação de rádio ao vivo, a Beats One, com DJs e programação própria, e também milhões de músicas para você ouvir quando quiser. Bem parecido como os atuais serviços de streaming, só que mais bonito (e com clipes também). O serviço vai custar US$ 10 mensais, estará disponível no dia 30 de junho e vai funcionar em iOS e em Android também. Spotify e Deezer têm muito com o que se preocupar.