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9 pessoas reais que inspiraram personagens do Game of Thrones

Por Redação Super
Atualizado em 21 dez 2016, 10h13 - Publicado em 9 abr 2015, 19h17

Por Marcelo Andreguetti

Algumas das melhores ficções fantásticas já publicadas têm uma pitadinha de história real: as guerras descritas por Tolkien em ‘Senhor dos Anéis’ tem diversos pontos de semelhança com a I Guerra Mundial; já C.S. Lewis usou muito de sua própria experiência no período das grandes guerras para escrever ‘As Crônicas de Nárnia’, fossem elas nos campos de batalha ou nos momentos em que queria apenas escapar da realidade.

A saga da Game of Thrones não é exceção: George R.R. Martin já confessou ter uma paixão enorme pelo período da Guerra das Rosas, que moveu a história da Inglaterra medieval no século XV. Da mesma forma, seus personagens também são amplamente influenciados por figuras reais na construção de suas personalidades. Nós aqui da SUPER fomos atrás e investigamos quem foram os Lannisters, Starks e Targaryens da vida real, olha só:

Marguerite D’Anjou (Cersei Lannister)

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Essas duas juntas tinham tudo para ser do tipo de amigas que não hesitariam um minuto na hora de apunhalar a outra pelas costas. Ambas casaram-se novinhas por conveniência política: Cersei uniu-se ao ogro Robert pela paz entre os clãs Baratheon e Lannister, enquanto o casamento de Marguerite e Henrique VI foi a garantia de paz entre Inglaterra e França. As duas também mandavam e desmandavam em seus reinos: Cersei era a rainha ‘de facto’ de King’s Landing, pois seu marido vivia em caçadas por animais selvagens (e por alguns rabos de saia); já Marguerite virou a mandante depois que Henrique VI saiu fora da casinha. Há também a questão sobre a legitimidade dos filhos: a gente bem sabe que os rebentos de Cersei foram frutos de sua relação incestuosa com Jamie; Marguerite, por sua vez, deu luz à Eduardo de Westminster quando Henrique já estava louco, o que levantou algumas sobrancelhas na época. O jovem Eduardo, a exemplo de Joffrey, era outro sádico perverso: o embaixador do Ducado de Milão na França escreveu em 1467 que “tudo que saía da boca dele era sobre cortar cabeças e entrar em guerra”. E, assim como Joffrey morreu tragicamente durante o “Purple Wedding”, Eduardo foi decapitado durante a Batalha de Tewkesbury.

2. Anne Boleyn (Talisa Stark)

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Ambas eram mulheres capazes de destruir corações (e levar um império inteiro junto). Robb Stark devia casar-se com uma das filhotas de Walder Frey em troca de lealdade, mas rendeu-se ao charme de Talisa e caiu no erro de casar-se por amor. Não deu outra: Robb, Talisa e Lady Catelyn caíram na faca do tirano Frey durante o Red Wedding. Já o destino da própria Anne Boleyn não foi tão sangrento quanto o de seu próprio povo. Ela talvez fora a principal causa de hoje termos a religião Anglicana: foi por sua culpa que Henrique VIII criou a igreja para anular seu casamento com Catherine de Aragão. Nos anos que se seguiram ao fato, as brigas entre protestantes e católicos dentro do território bretão levaram ao derramamento de muto sangue.

3. Eduardo IV (Robb Stark)

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A história de Eduardo IV, em semelhança à de Robb Stark, foi marcada pelo amadurecimento forçado e pela auto-descoberta ainda na adolescência. Os dois eram herdeiros de clãs com imenso poderia e influência em seus territórios, e igualmente tiveram seus pais assassinados quando eram ainda muito jovens.
Robb Stark sentiu-se humilhado após seu pai ter sido decapitado por um crime que não cometeu. Similarmente, o pai de Eduardo, o duque Ricardo de York, foi decapitado durante a Batalha de Wakefield, e sua cabeça cortada foi exposta com uma coroa de papel, possivelmente em zomba à reivindicação de Ricardo ao trono. Nedd Stark também tinha seu direito ao trono, e acabou executado por isso. Em consequência de tais humilhações, tanto Eduardo quanto Robb se encheram de um desejo por vingança e foram compelidos a guerra. Os dois encontraram muita vocação nisso também: além de belos estrategistas, os dois se preocuparam em motivar seus homens com longos discursos inspiracionais, e notoriamente liderava-os na linha de frente de batalha.

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4. Maria I da Inglaterra (Melisandre)

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Ok, as duas podem até ser opostas quando se trata de beleza, mas quando o assunto é a pirofagia essas moçoilas adoram ver o circo (e uns corpos) pegar fogo. Na quarta temporada nós assistimos Melisandre jogar três membros do clã de Stannis na fogueira por se recusarem a destruir as imagens de seus deuses que não fossem o ‘Lord of Light’. A rainha Maria (ou ‘Maria Sangrenta’, para os íntimos), adorava condenar protestantes ingleses à fogueira por não se converterem ao Catolicismo.

5. Joana D’Arc (Brienne of Tarth)

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Mulheres guerreiras de marca maior, Brienne e Joana D’Arc partilham tanto o mesmo estilo quanto a substância: leais acima de tudo, as duas sabem como ninguém como arrasar dentro de uma armadura. A obsessão de Brienne por lealdade se afirma até no apelido de sua espada: ‘Oathkeeper’ (algo como: “a protetora de juramentos”, em inglês). E Joana D’Arc, conta a história, foi contactada por anjos para que dedicasse sua vida a Dauphin, o ainda não coroado rei Carlos VII da França, e eventualmente foi ela o fator decisivo na Tomada de Orleans, que depois culminou com Joana condenada à fogueira pelos britânicos por heresia. As duas eram duras na queda, tanto por suas armaduras quanto por seus temperamentos.

6. Ricardo III (Ned Stark)

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A peça de Shakespeare não é das mais lisonjeiras a respeito de Ricardo III, o rei inglês retratado como um vilão corcunda que assassinou cruelmente seus sobrinhos. Mas, para alguns historiadores, além de inocente de tais crimes, Ricardo III era detentor de várias qualidades. Lealdade, liderança política e honestidade, além de uma super popularidade no norte: esses são alguns dos pontos fortes de Ricardo III, mas que poderiam ser igualmente atribuidos a Ned Stark.
Outro ponto inquietante é a semelhança nas histórias de sucessão do trono inglês e de King’s Landing: Ricardo era, sob apontamento de seu irmão Eduardo IV, o líder administrativo e guardião do norte inglês e da divisa com a Escócia. Após a morte de Eduardo IV, Ricardo III sentiu-se ameaçado pela família dos Woodvilles, a quem culpava pela morte do irmão. É possível, inclusive, que a família tenha destruído os documentos do testamento de Eduardo IV que tornavam Ricardo III o regente até que Eduardo V fosse velho o suficiente para reinar. Essa pode ter sido, inclusive, a inspiração para a cena em que Cersei (Elizabeth Woodville, a mulher de Eduardo IV) rasga o testamento do marido. Na crise que se seguiu, outro ponto de semelhança está no fato de Ricardo III ter descoberto um casamento de seu irmão anterior ao com Elizabeth que não fora anulado, tornando assim a união e os filhos com ela ilegítimos. Da mesma forma, Ned escreveu a Stannis Baratheon para avisá-lo de que Robert Baratheon não era o pai de seus filhos, causando a crise dinástica que se tornou a base da série.

7. Rainha Elizabeth (Daenerys Targaryen)

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Solteironas por convicção, essas duas mulheres de fibra eram, acima de tudo, sedentas por poder. Tudo bem que Daenerys foi casada com Khal Drogo, mas logo após a morte do marido ela decidiu seguir por conta própria sua busca pelo lugar no Iron Throne. Já Elizabeth era conhecida como a “Rainha Virgem”, mesmo que decididamente não o fosse. As duas tinham um poder bélico impressionante – Daenerys com seus dragões, e Elizabeth com a Marinha Inglesa, e as duas também decidiram não se casar para concentrar ainda mais poder. E, se Daenerys baniu o seu íntimo conselheiro Jorah Mormont após descobrir que ele era originalmente um espião, Elizabeth mandou executar Robert Deveraux, seu principal assessor, após descobrir que o mesmo tramava rebelar-se contra ela.

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8. Ralph Neville (Lord Walder Frey)

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Outro personagem imortalizado por Shakespeare na obra “Henry V”, o tirânico Ralph Neville parece ter servido de base para George R.R. Martin na criação do odioso Lord Frey. Os dois tinham uma extensa prole: 23 filhos para Ralph, e 29 para Walder, e os dois eram bem conhecidos por serem ardilosos e traidores. Os dois não hesitavam em burlar códigos de honra em busca de ascensão política, o que fica bem evidente na maneira como Walder Frey não titubeia antes de quebrar as leis da hospitalidade de King’s Landing, e no modo como Ralph Neville quebrou a conduta padrão ao agendar uma negociação de trégua com dois de seus inimigos em 1405, trapaceando ao fingir um acordo para depois pegar o inimigo desprevinido. Os dois também tiveram duas esposas, e sabiam como ninguém utilizar os casamentos (seus e de seu filhos) como uma forma de conquistar mais poder e influência.

9. Caligula (Joffrey)

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Além de serem ambos reis jovens e de amarem violência e tortura, a semelhança entre Joffrey e Calígula é tanta que chega até no corte de cabelo. Dor e sofrimento alheio era o combustível dessas duas figuras, que elaboravam espetáculos excêntricos de entretenimento a si próprios enquanto seus povos morriam de fome. Suas mães eram do tipo que faziam de tudo para seus filhos ascenderem: Cersei entendia do jogo do poder como ninguém, e a mãe de Calígula, Agrippa, lutou para que seu filho fosse coroado. Mas ser pentelho e abusado assim desde cedo traz consequências: tanto Joffrey quanto Calígula foram assassinados ainda bem jovens.

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