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Coluna Carbono Zero: EUA adotam ações que podem começar a salvar o planeta

Megapacote climático e aposta no hidrogênio podem ser decisivos contra colapso.

Por Salvador Nogueira
Atualizado em 27 out 2022, 10h14 - Publicado em 16 set 2022, 10h37

Texto Salvador Nogueira

Dizer que a transição entre o discurso e a ação por parte dos países desenvolvidos no que diz respeito à mudança climática tem sido letárgica é chover no molhado. Mas parece que o segundo maior emissor de gases-estufa do planeta, os EUA, finalmente decidiu dar esse passo crucial – e, nisso, pode iniciar o grande movimento necessário para salvar a Terra do colapso climático até o final do século.

Após uma votação apertadíssima no Senado (51 a 50, contando com o voto de Minerva da vice-presidente Kamala Harris) e outra mais folgada na câmara dos deputados, o presidente Joe Biden sancionou o Inflation Reduction Act.

Dentro desse pacote, que promete combater a crise inflacionária nos EUA, está a mais significativa lei climática já aprovada no país. Dos US$ 800 bilhões em investimentos previstos, US$ 369 bilhões estão focados em iniciativas de energia limpa e mitigação das mudanças climáticas.

Com isso, espera-se que os EUA consigam reduzir em 40% suas emissões de CO2 até 2030 (comparando aos níveis de 2005). Sem a nova lei, projeções indicavam uma redução de apenas 26%, bem aquém do necessário.

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As ações contempladas são várias. Entre elas, há um programa de US$ 5,8 bilhões para modernizar setores que consomem muita energia ou geram emissões difíceis de eliminar: indústrias de ferro, aço, cimento e produtos químicos.

Também há investimentos em energia eólica e solar. Num ponto mais polêmico, o pacote desincentiva o fechamento de usinas nucleares (há quem as critique, mas não há como negar que elas são recursos energéticos importantes e com baixa pegada de carbono).

Uma das ações mais importantes é viabilizar economicamente a exploração de hidrogênio limpo (gerado com energia não poluente). Ele é abundante e pode ser usado tanto como combustível quanto como reserva de energia.

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Só que os métodos de produção usuais, mais baratos, emitem copiosas quantidades de carbono. Agora o governo americano vai subsidiar o hidrogênio limpo, tornando-o competitivo.

Espera-se que esses investimentos impulsionem desenvolvimentos tecnológicos que depois vão se propagar pelo mundo. Foi o que aconteceu na última década, depois que a Alemanha investiu em painéis solares – e os custos deles caíram.

O tempo se esgota rapidamente para impedir que o aquecimento da Terra atinja níveis catastróficos. Mas ver os EUA finalmente se movendo certamente ajuda a reacender as esperanças. Que outros países, sobretudo na Ásia (estamos falando com você, China), sigam o mesmo caminho.

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