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1994 promete um inesquecível eclipse do Sol

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h50 - Publicado em 28 jul 2009, 22h00

Para os brasileiros, será a mais impressionante ocultação total neste final de século
Se você não pretende perder essa oportunidade única – ver o eclipse total do Sol no dia 3 de novembro deste ano, 1994 -. comece a se preparar desde já. Marque suas férias e escolha o local. Uma boa escolha envolve fatores econômicos, meteorológicos e Astronômicos. Os fatores Astronômicos são simples de definir. A faixa da totalidade, na qual o Sol fica coberto por inteiro, é a única onde se pode aproveitar a beleza do eclipse em sua plenitude. Quanto mais perto do centro da faixa de totalidade (confira no mapa), maior a duração do evento. O centro estará sob uma linha que passa por Criciúma, em Santa Catarina, San António, na Bolívia, Putre, no Chile, e Mollendo, no Peru.

A faixa de totalidade tem uma largura de 200 quilômetros em torno dessa linha. Em comparação a outros países, no Brasil o eclipse vai durar mais tempo (cerca de 4 minutos) e o Sol estará mais alto no céu no momento da totalidade. Nos Andes, entretanto, a atmosfera mais limpa e seca tende a mostrar melhor o fenômeno. O equipamento mais versátil para apreciar a exibição é o próprio olho. Uma câmera fotográfica com controle do tempo de exposição, assim como tripé, filme de alta sensibilidade e filtro de densidade são obrigatórios para se deixar um registro à posteridade. Binóculos ou lunetas são supérfluos, a não ser para especialistas. Fatores econômicos são os que mais pesam, pois determinam a mobilidade do caçador de eclipses. Quem não se anima a tirar o carro da garagem, pode arranjar lugar numa das muitas excursões que já começam a ser planejadas. Embora a maior parte das pessoas deva ver o fenômeno em terra firme, as melhores chances estão em vôos de avião ou em barcos no Atlântico.

Para quem tem recursos e tempo limitados, a melhor escolha é tomar o rumo de Criciúma, São Joaquim, Concórdia e Foz do Iguaçu, ou outras cidades próximas dessas. A variável mais difícil de avaliar é a cobertura de nuvens. A probabilidade de céu limpo na região brasileira do eclipse é menos de 50%. As condições melhoram de Criciúma para Foz do Iguaçu. Esta, ao que tudo indica, será a capital brasileira do eclipse, não só pela meteorologia um pouco mais favorável, mas também pela melhor infra-estrutura hoteleira e pelo fato de que, na perda do eclipse, sempre restará o consolo de ver as cataratas. Se você pretende ir para lá, se apresse, pois a cidade já foi escolhida, no ano passado, para sediar um colóquio internacional sobre Física do Plasma, aliando a ciência aos espetáculos da natureza. É aconselhável ler os dados meteorológicos apenas como indicativos. Numa região como essa, um simples buraco por entre as nuvens pode fazer a diferença entre ver ou não ver. Não é por outro motivo que é bom ter mobilidade. As emissoras de rádio podem prestar um grande 2serviço, informando algum tempo antes da totalidade onde o céu está limpo. Nessas horas, um barco munido de recepção de mapas meteorológicos de satélites, sem ter que obedecer o traçado das estradas, pode garantir a viagem. Você quer ter a máxima chance? Tem espírito de aventura? Então, vá à terra dos incas.

O altiplano boliviano oferece mais de 80% de chance de céu limpo! Mas você terá de chegar uns dias antes, para se aclimatar ao ar rarefeito. Em compensação, poderá aproveitar as noites para ver o céu mais maravilhoso da face da Terra. Leve cartas celestes. Sevaruyo é o local escolhido por algumas excursões organizadas nos Estados Unidos e Europa, que partirão de La Paz em trens e ônibus. A melhor opção para quem vai do Brasil parece ser Potosí, a cidade mais alta do mundo, a 4000 metros acima do nível do mar. Passando por Foz do Iguaçu, a Rodovia Panamericana atravessa o Paraguai e a Bolívia. A 120 quilômetros a sudeste de Potosí, a Panamericana cruza o centro da faixa de totalidade.
Aí é o “point” de algumas excursões para americanos e europeus. Leve roupa de frio (para enfrentar -5°C à noite) e evite beber. Com poucos goles de vinho, se não cair duro, dançará a noite toda com incas imaginários e ao nascer do Sol, no momento do eclipse, estará sendo atendido em algum pronto-socorro improvisado.

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