4 pílulas de ciência em agosto
As descobertas mais curiosas do mês, do aprendizado de máquinas até a técnica para manipular seu filho a comer vegetais, usando viés de linguagem dos bebês.
Inteligência artificial traduz línguas completamente perdidas
67,3% de um texto antigo da ilha de creta, escrito no século 14 a.C. em um idioma desconhecido, foi traduzido do zero por inteligência artificial. O algoritmo foi capaz de encontrar padrões muito discretos que unem os termos do idioma, e buscou similaridades com as contruções gramaticais de outras línguas, até chegar a um texto final que fizesse sentido. É a primeira vez que um idioma considerado “perdido” foi traduzido automaticamente. Logo na primeira tentativa, o algoritmo encontrou relações entre a língua de Creta e uma forma primitiva de grego. O mesmo processo já tinha sido feito por humanos – só que levou 67 anos.
“Você quer chocolate ou alface?”
Uma pesquisa da Universidade da Califórnia mostrou que crianças entre 1 e 2 anos tendem a escolher, em 85% das vezes, a segunda alternativa quando confrontadas com duas opções. Isso nem sempre quer dizer que elas escolhem o que mais querem – tudo indica que estão apenas repetindo a última coisa que ouviram, hábito que auxilia o desenvolvimento da linguagem. Se, em vez de responder à pergunta verbal, elas tiverem que apontar a preferência entre duas imagens, a tendência desaparece.
A cibersegurança deles é uma comédia.
É o que dizia o email divulgado por um hacker que assumiu a autoria de um ataque ao sistema da “receita federal” búlgara. A agência admitiu que os dados tributários da população adulta inteira do país (quase 6 milhões de pessoas) foram comprometidos. O primeiro-ministro Boyko Borissov chamou o hacker de “mago” e sugeriu que o tal gênio fosse contratado. Dias depois, um rapaz de 20 anos foi preso pelo crime.
Ressonância recorde
Um novo aparelho de ressonância magnética, chamado de 7 Tesla, conseguiu captar uma impressionante imagem 3D do cérebro, mostrando detalhes de áreas com menos de 0,1 mm de largura. O estudo dessas imagens promete explicar como mudanças sutis na anatomia cerebral podem se relacionar com diversos transtornos, desde estresse pós-traumático até depressão. Foram necessárias 100 horas de imagens feitas ao longo de cinco dias, mas ninguém precisou (e nem conseguiria) ficar parado por tanto tempo. A “cobaia” foi um cérebro adquirido após a morte de um doador saudável.