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7 eventos científicos que vão marcar 2020

Marte será tomada por sondas, o buraco negro no centro da Via Láctea vai ser revelado e uma conferência da ONU moldará nosso futuro climático.

Por A.J. Oliveira
31 dez 2019, 17h39

Chegou a hora de dar adeus não apenas a 2019, mas também aos anos 2010. E uma coisa é certa: uma década é bastante tempo para a ciência, que avança cada vez mais rápido. Nos últimos 10 anos descobrimos o Bóson de Higgs, refinamos a edição genética com o Crispr, detectamos ondas gravitacionais e fotografamos um buraco negro.

O que vem por aí? Se depender de 2020, os próximos dez anos prometem. A revista Nature compilou uma lista com os principais acontecimentos científicos que devem marcar o ano que vem. Confira abaixo alguns deles.

Invasão marciana

Três pousadores e rovers devem tocar o planeta vermelho no ano que vem: um dos EUA, um da China, um da União Europeia e Rússia. O rover da Nasa (Mars 2020) terá como principal objetivo coletar amostras que serão trazidas pra Terra no futuro, e também irá transportar um mini-helicóptero; o jipinho robótico da China (Huoxing-1), seu primeiro em Marte, vai procurar vida, assim como o rover da ESA (Rosalind Franklin), que viaja a bordo de um pousador russo. E até os Emirados Árabes vão lançar uma missão orbital marciana.

Universo de dados

Em 2019, o mundo contemplou a primeira imagem de um buraco negro, o monstro no meio da galáxia Messier 87. E a colaboração Event Horizon Telescope quer mais: planeja publicar no ano que vem fotos e talvez até um vídeo do buraco negro supermassivo no centro da Via Láctea, o Sagitário A*, com destaque para o gás que gira ao seu redor. Além disso, a missão Gaia, da ESA, deve atualizar seu mapa 3D da Via Láctea, e os cientistas do LIGO vão revelar todos os eventos de ondas gravitacionais que observaram em 2019.

LHC 2.0

A comunidade europeia de física de partículas tem ambições ousadas para 2020. Em maio, o CERN, organização de pesquisa nuclear que abriga o LHC em Genebra, na Suíça, vai sediar um encontro para que o comitê decida se aprova ou não a construção de um mega-colisor nos próximos anos. Com 100 km de diâmetro contra 27 km do LHC, a máquina será até seis vezes mais potente e deve custar €21 bilhões.

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Levedura sintética

Cientistas de 15 laboratórios espalhados por 4 continentes se uniram para criar uma versão sintética de um fungo que é um velho amigo da humanidade: o Saccharomyces cerevisiae, levedura responsável pela fermentação do pão e da cerveja. É a primeira vez que o DNA de um organismo complexo como um fungo é reconstruído — até então só bactérias haviam passado pelo processo. O projeto Synthetic Yeast 2.0 deve ser concluído no ano que vem, com a promessa de que a levedura transgênica aprimore a produção de diversos produtos.

Hora H do clima

Novembro marca a hora da verdade para o Acordo de Paris, assinado em 2015 para frear emissões de CO2 e limitar o aquecimento global a 2°C. Durante a COP26 em Glasgow, na Escócia, os países devem apresentar planos atualizados de mitigação dos gases de efeito estufa. Mas a grande maioria se mostrou lenta demais na ação, e a prova disso foi o recente fracasso da COP25 em Madrid. E, além do mais, se Donald Trump for reeleito e efetivar a saída dos EUA do tratado, o futuro do Acordo de Paris (e do planeta) estão em risco.

Humanos híbridos

Em 2020 pesquisadores que trabalham para cultivar órgãos humanos em outros animais para transplante devem dar um passo importante. Hiromitsu Nakauchi, cientista japonês que estuda células-tronco, pretende fazer crescer tecidos de células humanas dentro do embrião de ratos. Graças a uma nova lei aprovada no Japão, ele agora poderá transplantar esses embriões para outros animais, algo até então proibido por motivos éticos. O grupo de Nakauchi também que fazer o procedimento polêmico com porcos.

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Revolução solar

Painéis solares tradicionais feitos de cristal de silício deixam a desejar em vários aspectos: são rígidos, pesados e caros. Mas no ano que vem, uma nova tecnologia deve invadir o mercado da energia solar — as células de perovskita. Mais maleáveis, baratas e fáceis de se produzir, os painéis desse mineral relativamente raro feito de óxido de cálcio e titânio prometem ser os mais eficientes. Por isso viraram os queridinhos da energia renovável.

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