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A água da chuva pode melhorar sua chance de sobreviver a um raio na cabeça

Ter a cabeça molhada pode ajudar a dispersar a corrente elétrica vinda de um relâmpago. É o que afirmam cientistas alemães, após realizar uma experiência com simuladores de crânio e 42 mil ampéres

Por Leo Caparroz
19 fev 2024, 19h14

Corrente elétrica não é brincadeira: qualquer descarga elétrica acima de 0,01 ampere já pode causar dor ao corpo humano e maiores que 0,1 amperes já podem ser letais. Raios, por exemplo, tem corrente suficiente para fritar seu corpo – um raio típico tem cerca de 30 mil amperes.

Uma pesquisa realizada pela Universidade Técnica de Ilmenau, na Alemanha, mostrou um jeito de reduzir os danos de um eventual atingimento de raio: estar com a cabeça molhada. O estudo foi publicado no periódico Springer Nature Scientific Reports.

Segundo os cientistas, uma pessoa com a cabeça molhada teria muito mais chance de sobreviver a um raio do que alguém com a cabeça seca. De acordo com o estudo, a água é responsável pela taxa de sobrevivência a ser atingido por um raio – que, segundo os cientistas, é de surpreendentes 70 a 90%. Isso supostamente se deve à menor exposição do cérebro à corrente elétrica e a redução de danos mecânicos e térmicos. 

Algumas pesquisas já imaginavam que a pele molhada ajudaria a reduzir a exposição do corpo humano à corrente elétrica de um raio – só que não havia provas práticas disso. Os pesquisadores construíram cabeças de teste que simulavam o couro cabeludo, crânio e cérebro de um humano. Eles usaram água, cloreto de sódio, grafite e agarose (um polímero com textura de gel) para montar as camadas e simular a condutividade elétrica do tecido humano.

Com as cabeças no lugar, eles jogaram os raios: uma estava seca, a outra, molhada com água de chuva artificial (uma composição de água e cloreto de sódio que simulava a condutividade elétrica da chuva). As cabeças de teste foram colocadas em conjuntos de eletrodos, recebendo correntes de 42 mil amperes (lembrando que um raio costuma ter 30 mil amperes).

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A cachola molhada ficou com menos perfurações e danos depois do choque. Além disso, as correntes a que o cérebro foi exposto foram mais baixas nela do que na seca – por isso, ele também se machucou menos. 

Com esses resultados, os cientistas concluíram que a probabilidade de sobrevivência de uma pessoa cuja cabeça foi atingida por um raio é significativamente maior se o couro cabeludo estiver molhado. Mas é claro que, idealmente, você vai estar mais seguro se não sair na chuva durante uma tempestade. 

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